O programa Hackers do Bem, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), coordenada pela Softex e executada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e SENAI-SP, realizou o seu primeiro Workshop de Formação em Cibersegurança, hoje, 28 de agosto, em Brasília, no Hotel Royal Tulip.
O evento teve como propósito identificar lacunas e oportunidades relacionadas à capacitação em cibersegurança para jovens do ensino médio, técnico, bem como para aqueles que concluíram o ensino médio e interromperam sua formação acadêmica. O foco foi o desenvolvimento de novas estratégias pedagógicas, colocando em conexão atores do ecossistema de cibersegurança para desenvolver ideias inovadoras com viabilidade de se tornarem futuras ações.
O encontro reuniu representantes de órgãos públicos, empresas, associações e outros atores do setor de cibersegurança. Entre as instituições participantes estavam o MCTI, CERT.br, Cisco, Sociedade Brasileira de Computação, Brasil TEC, Centro Paula Souza e Microsoft.
A abertura do workshop contou com a presença de Hamilton Jose Mendes da Silva, Diretor de Incentivos às Tecnologias Digitais do MCTI, que destacou a relevância do evento. Além disso, os diretores-adjuntos da RNP, Emilio Nakamura, do Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (CAIS), Leandro Guimarães, da Escola Superior de Redes (ESR) e Lisandro Granville, da Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, juntamente com Raphael Nascimento, do SENAI-SP, compartilharam os objetivos fundamentais do programa Hackers do Bem.
“O nosso campo de atuação é desafiador pois enfrentamos a escassez de profissionais qualificados. O Hackers do Bem busca justamente contribuir para diminuir esse gap. Queremos alterar a percepção de que a cibersegurança é algo complexo e inatingível, quando na verdade abrange um espectro bastante amplo”, compartilhou Emilio Nakamura, diretor-adjunto de Cibersegurança da RNP.
O destaque do workshop foi a realização de uma sessão de Design Thinking, um método colaborativo que permitiu o desenvolvimento de novas ideias de formação. A organizadora do evento e e assessora de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da RNP, Michelle Wangham, destacou a importância de conectar instituições e profissionais para pensar nas melhores estratégias pedagógicas para atrair alunos e incentivá-los a continuar se especializando.
“Convidamos pessoas que vão contribuir com novas iniciativas e estratégicas para o público do ensino médio e profissionalizante. Saímos com pitches de soluções de plataformas e games, por exemplo, ideias que co-criamos como ponto de partida diante das oportunidades que nós mapeamos nesse encontro. Essas soluções são sementes, que precisam ser regadas, mas são iniciativas e insights interessantes. Saímos com a cabeça fervilhando. E as ideias, vale destacar, não precisam ser usadas no Hackers do Bem, o importante é desenvolver novos profissionais na área de cibersegurança”, explanou.
A discussão permitiu que os participantes refletissem sobre o ensino de cibersegurança em sua amplitude. Leandro Guimarães, diretor-adjunto da Escola Superior de Redes, compartilhou ainda suas percepções sobre os desafios e diferenças entre formações em cibersegurança, comparando as capacitações da ESR com o Hackers do Bem.
“O programa Hackers do Bem pretende impactar 40 mil pessoas. No ano passado, a ESR capacitou cerca de quatro mil pessoas. Além da escala, a linguagem é diferente. O público do programa é mais jovem, e esse é um público que a gente não conhecia. Tivemos que abordar conceitos básicos, como, por exemplo, o que é vírus, o que é ataque, ética e soft skills, dentre outros temas. Nosso desafio foi adaptar todo esse volume de informação para jovens de 14 a 18 anos. Por isso, procuramos o SENAI. Juntamos o conhecimento da ESR em Cibersegurança e a expertise do SENAI, que já há muito tempo trabalha com esse público mais jovem”, disse.
O evento representa um passo significativo no esforço conjunto de capacitar jovens interessados em cibersegurança e, ao mesmo tempo, desmistificar a área, tornando-a mais acessível a todos os interessados. Os workshops fazem parte de um calendário de ações do Hackers do Bem, que contará com mais dois eventos desta natureza, ao longo dos três anos de duração da iniciativa.
Sobre o Hackers do Bem
Lançado em maio, o programa Hackers do Bem pretende, entre outras iniciativas, qualificar mais de 30 mil profissionais em segurança da informação e privacidade, áreas que possuem um problema de escassez de pessoal qualificado no Brasil. A iniciativa conta com coordenação da Softex e será executada pela RNP em parceria com o SENAI-SP.
Totalmente gratuito, o programa inicialmente oferecerá cinco cursos nos níveis de nivelamento, básico, fundamental, especializado e residência tecnológica. O público-alvo do programa são estudantes do ensino técnico, médio e superior. Além deles, poderão participar ainda profissionais da área de tecnologia que buscam especialização e quem quiser migrar de área.