GT do Programa de Serviços Avançados da RNP desenvolve plataforma para telerreabilitação

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A demanda por telerreabilitação cresce à medida que se aumenta a necessidade de reabilitação, e o número de profissionais e serviços da área não cresce na mesma proporção, e a distribuição territorial desses serviços já não atende a demanda atual. Diversos fatores tem pressionando o aumento do tamanho desse mercado: envelhecimento populacional, aumento da prevalência de doenças crônicas, preferência da população por atendimento remoto, dificuldade ou impossibilidade de deslocamento, dentre outros. 

Nesse contexto, o Grupo de Trabalho do Programa de Serviços Avançados ReabNet tem como objetivo desenvolver e oferecer ao mercado da saúde uma plataforma de telerreabilitação provedora de serviços de reabilitação remota, através de realidade virtual e aumentada, e por meio do uso de redes de comunicação e internet. Assim, a plataforma ReabNet disponibilizará à população brasileira uma gama de produtos e serviços de reabilitação remota para beneficiar as pessoas com limitações funcionais (temporárias ou não) que necessitam dessas terapias para recuperar/melhorar a sua condição.  

A iniciativa tem como missão é facilitar o acesso das pessoas com limitações funcionais aos serviços de saúde, por meio de uma única plataforma digital, de qualquer localidade. E ainda, serão beneficiados os profissionais que trabalham com terapias de reabilitação (fisioterapeutas, educadores físicos, terapeutas ocupacionais, médicos etc.), bem como os hospitais e clínicas de reabilitação, uma vez que poderão prestar seus serviços remotamente usando os sistemas elaborados para auxiliar nas terapias de reabilitação incorporados na plataforma. 

O projeto se encontra no estado de MVP (Minimum Viable Product), onde os recursos básicos da ferramenta são desenvolvidos. Esta etapa tem como objetivo realizar um teste de conceito e verificar o quão viável a proposta é como produto para o mercado.  

“Os membros da equipe têm acompanhado a trajetória de produtos e tecnologias concorrentes, a fim de se estudar as melhores estratégias de negócio e quais tecnologias podem ser incorporadas à ReabNet em iterações futuras. Planejamos escalar nossa infraestrutura tecnológica, adotando a nuvem e outras soluções que reduzam custos e ofereçam mais flexibilidade para o uso de dados”, diz o coordenador do GT, Eduardo Naves, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).  

As funcionalidades básicas da plataforma já foram desenvolvidas e estão disponíveis no portal da ReabNet (http://reabnet.com). Uma das principais novidades é a prescrição de sessões terapêuticas com foco no uso de exergames, ou seja, jogos que usam realidade virtual para incentivar o movimento e aumentar a interação do paciente com a atividade de reabilitação.  

“No momento, nós estamos utilizando um exergame para aprendizado de condução de uma cadeira de rodas motorizada, onde o usuário pode treinar diversas habilidades em um ambiente seguro e controlado. Outros módulos de atividades deverão ser incluídos na plataforma, de acordo com a demanda e o direcionamento do trabalho da equipe”, comenta o coordenador.  

O uso de gamificação com realidade virtual é um dos diferenciais em relação aos concorrentes que na sua grande maioria prestam serviços de telessaúde. Outro diferencial é a aplicação da CIF durante o atendimento do paciente, que permite nortear melhor o profissional de saúde para definir quais atividades necessitam ser realizadas para reabilitar aquele paciente, não tendo como base apenas o CID (Classificação Internacional da Doença), mas outros fatores que fazem parte do ser humano (fatores biopsicossociais).  

“Os resultados da pesquisa desenvolvida pelo GT-ReabNet nesta primeira fase do projeto são muito promissores. Assim, esperamos na segunda fase do desenvolvimento do projeto realizarmos testes com early-adopters do sistema RNP, no intuito de validarmos os módulos de triagem, teleatendimento e telemonitoramento do paciente”. Segundo Eduardo, ambos estão previstos para serem implementados na plataforma ReabNet em 2023.  

Telerreabilitação como parte de casas e cidades inteligentes  

A tendência é que a telereabilitação seja integrada com casas inteligentes em cidades inteligentes. O monitoramento funcional com sensores no ambiente e mobiliário, e os vestíveis já são uma realidade. A integração de aparelhos inteligentes de reabilitação precisa ser contextual. Robôs assistivos, cadeiras de rodas inteligentes, controles protéticos de membros, sistemas de automação residencial e companheiros de chat-bot de IA domésticos agregarão valor, fornecendo “cuidados mais inteligentes”.  

Uma prova dessa expansão é a estimativa de que o mercado de telerreabilitação deva atingir $9,13 bilhões até 2027, segundo o relatório Telerehabilitation Systems Market 2020-2024. Portanto, o mercado apresenta a demanda urgente de uma solução como a Reabnet. Os serviços da ReabNet terão como meta terem como early adopters os serviços de reabilitação atendidos pela RNP.  

Em breve, a Reabnet será disponibilizada a equipe dos serviços de saúde usuários da RNP para uso gratuito.  A ideia é que os early adopters se interessem em desenvolver de forma colaborativa, gratuita, os conteúdos de educação em saúde/reabilitação para os pacientes, e outro para os profissionais; e alguns dos protocolos/programas terapêuticos digitalizados que serão incorporados à plataforma, segundo a expertise de cada serviço.