Entregar inovação e rapidez de conectividade a alunos de escolas públicas é um dos principais objetivos do Programa Internet Brasil. A iniciativa executada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa vai levar banda larga móvel gratuita a estudantes da rede pública. Para isso, a RNP está usando uma nova tecnologia: o e-SIM Card, conhecido como “chip neutro” por não ser vinculado a nenhuma operadora.
A diferença para o chip convencional é que o chip neutro vem com um circuito integrado, que pode ser ativado ou desativado a partir da central da RNP, permitindo a troca remota de operadora, em caso de necessidade. Se o serviço prestado não tiver a estabilidade esperada em determinada região, por exemplo, é possível acionar outra operadora participante do programa, sem precisar de um novo chip físico.
Hélder Vitorino de Souza, responsável pelo projeto e gerente de Soluções da RNP, ressalta, no entanto, que a troca de operadora será uma exceção, não a regra. A mudança poderá ser feita somente se houver notificação de conectividade instável. A RNP atuará para garantir estabilidade tanto para os alunos beneficiados quanto para os ofertantes do serviço.
“A mudança será feita apenas quando o serviço não estiver adequado. Se, mediante instabilidade, mudarmos de uma prestadora de serviço A para B e o problema for resolvido, não há motivo para fazer uma nova alteração”, destaca.
Inclusão digital dentro e fora das escolas
O Internet Brasil, fomentado pelo Ministério das Comunicações (MCom), com apoio do Ministério da Educação (MEC) e executado pela RNP, pretende ampliar a inclusão digital dentro e fora das unidades públicas de ensino básico. Beneficiando cerca de 10 mil estudantes nessa primeira etapa, a iniciativa se encontra em fase de Prova de Conceito (espécie de projeto-piloto) em 15 escolas de seis cidades do Nordeste: Caicó (RN), Campina Grande (PB), Caruaru (PE), Juazeiro (BA), Mossoró (RN) e Petrolina (PE). A PoC, como é conhecida essa fase, vai ajudar a RNP a compreender melhor os aspectos técnicos do programa, além de fomentar novos modelos de operação e de negócios.
Como a mudança entre as operadoras pode ser feita apenas pela RNP, Hélder afirma que é fundamental a comunicação entre alunos, escolas, secretarias de Educação e a RNP. Assim, com a avaliação dos usuários, será possível adequar a qualidade do fornecimento de internet, permitindo o acesso sem obstáculos.
“O feedback servirá para termos a percepção dos alunos e de suas famílias, porque queremos oferecer uma experiência de excelência aos alunos”, explica.
Com ação de impacto em abrangência nacional, o benefício é destinado a alunos de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais, o CadÚnico. Para ter direito ao chip de 20GB mensais, além do cadastro no CadÚnico, é preciso: ser estudante da educação básica, a partir do 3º ano da rede pública de ensino; ter acesso a um celular próprio ou de algum membro da família; e não ter chip de outros programas governamentais.