Cabo submarino ligando Brasil à Europa começa a ser instalado a partir de Fortaleza

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Em 2021, a América do Sul contará pela primeira vez com um cabo submarino de última geração com ligação direta para a Europa. No dia 14/12, a Ellalink, empresa proprietária do cabo homônimo, e a ASN, fabricante e responsável pela construção e lançamento do cabo submarino, anunciaram a ancoragem do cabo Ellalink na Praia do Futuro, em Fortaleza. A conexão entre a capital cearense e Sines, em Portugal, a mais de 6 mil km de distância, deverá ser estabelecida em janeiro, e o cabo ficará pronto para uso no segundo trimestre de 2021. 

Leia a entrevista da ASN sobre a operação para a Géant

Veja o vídeo da Ellalink mostrando a ancoragem em Fortaleza

A futura conexão terá a capacidade de 72 terabits por segundo (Tb/s) entre América do Sul e Europa, dos quais mais que 9%, o equivalente a 4,5 Tb/s, serão dedicados ao uso da comunidade de pesquisa e educação nos dois continentes durante a vida útil do cabo, estimado inicialmente em 25 anos. 

O acesso ao cabo EllaLink para pesquisa e educação é um dos objetivos do projeto BELLA (Building the Europe Link to Latin America). O outro pretende capilarizar o acesso ao cabo Ellalink, pela renovação das redes de pesquisa e educação dentro da América Latina. 

Entre outros usos, essa capacidade viabilizará a realização de grandes projetos científicos entre as duas regiões, com a colaboração de pesquisadores brasileiros em iniciativas europeias, como o Programa Copernicus, de Observação da Terra, os projetos de física de altas energias envolvendo o LHC, acelerador de partículas do Centro Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN), e os telescópios ópticos e de rádio da European Southern Observatory (ESO) no Chile. 

Segundo o cientista de redes Michael Stanton, a nova conexão também reduzirá substancialmente o retardo na comunicação entre Brasil e Europa. “Atualmente, todo o tráfego de Internet entre Brasil e Europa precisa passar pelos Estados Unidos, aumentando o retardo da comunicação, afetando principalmente aplicações sensíveis ao retardo, tais como as interativas”, explica Stanton.  

“O tráfego direto entre Brasil e Europa pelo novo cabo submarino Ellalink será fundamental para as atividades de pesquisa em física e o CERN”, declarou o pesquisador Renato Santana, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no WRNP 2020.

Assista ao painel sobre os grandes projetos científicos no WRNP 2020

Sobre o projeto BELLA

As redes acadêmicas que participam no projeto BELLA incluem as redes nacionais do Brasil (RNP), Chile (REUNA), Colômbia (RENATA) e Equador (CEDIA), além da rede regional RedCLARA na América Latina, bem como as da Alemanha (DFN), Espanha (Rediris), França (Renater), Itália (GARR) e Portugal (FCCN), bem como a rede regional Géant na Europa. Os investimentos do lado europeu vêm sendo apoiados pela Comissão Europeia, e na América do Sul com recursos das redes nacionais envolvidas e da RedCLARA.

Para saber mais, acesse: https://bella-programme.redclara.net/index.php/pt/.