Dentro da programação da 17ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), na última quinta-feira (10/12), os holofotes voltaram-se para a plataforma AdaptaBrasil MCTI. A solução tecnológica desenvolvida pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com fomento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), foi apresentada aos parceiros do Governo Federal no seminário “AdaptaBrasil MCTI – Contribuição da Ciência para medidas de Adaptação”.
A plataforma AdaptaBrasil MCTI visa consolidar, integrar e disseminar informações sobre os impactos das mudanças climáticas no território nacional. A tecnologia indica as tendências dos impactos das alterações e oscilações do clima em diversos setores da economia, na sociedade e no ambiente, podendo auxiliar na proposição, formulação e avaliação de ações de adaptação.
A abertura do evento contou com representantes das instituições desenvolvedoras da solução tecnológica. Márcio Rojas da Cruz, Coordenador-Geral de Ciências do Clima e Sustentabilidade do MCTI abriu os microfones:
Nelson Simões, diretor-geral da RNP, endossou:
O AdaptaBrasil conta com diversos provedores de dados, entre eles, a própria RNP, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e os Ministérios da Saúde; Meio Ambiente; e Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A plataforma provê um total de 85 indicadores associados a três áreas estratégicas, que são tratadas sob o conceito de segurança: hídrica, alimentar e energética.
Já o risco de impacto é traçado por três elementos: vulnerabilidade, ameaça climática e exposição. Com base nesses indicadores, é possível ter previsões pessimistas ou otimistas para os anos 2030 e 2050 que podem ser consultadas por gestores e técnicos de governos locais, estaduais e nacional; associações; setor privado e sociedade civil; técnicos que trabalham no Plano Nacional de Adaptação e instituições acadêmicas, permitindo ser utilizada para embasamento e formulação de políticas públicas por meio de evidências científicas.
A plataforma pode, também, apoiar na produção de conhecimento especializado e na melhor compreensão sobre como a variabilidade e a mudança climática afetam os sistemas naturais e humanos no Brasil, promovendo maior conscientização ambiental da sociedade civil e contribuindo com um menor risco de investimento para os setores público e privado.
Nesta primeira etapa estão disponíveis dados sobre os 1.262 municípios da região do semiárido localizados em dez estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. A área, que envolve 37 mesorregiões e 151 microrregiões, tem um ordenamento territorial semelhante e já apresenta impactos da mudança do clima. Em breve, a plataforma será expandida para abranger os 5.570 municípios brasileiros. A base de informações também será ampliada para apresentar análises sobre questões de infraestrutura e saúde.