A transformação digital atravessou velozmente a tradição esculpida em 50 anos de trabalho do Serviço Geológico do Brasil – CPRM. A empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que atua na geração e disseminação de conhecimento geocientífico no Brasil, já era uma instituição big data muito antes de a análise de grandes volumes de dados ser considerada um dos pilares da Indústria 4.0 recentemente, por exemplo. Apesar de transformadora, a CPRM precisou abandonar práticas consideradas ainda analógicas para a era digital. E, para isso, contou com o apoio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) para adequar a maneira de trabalhar conforme as novas tecnologias.
Big data, eu?
Não é só a tecnologia que vive em constante mudança, conforme observa Edgar Shinzato, Chefe do Departamento de Informações Institucionais (DEINF) da CPRM. A natureza e a forma como nos relacionamos com ela também. Por isso, a instituição viu a necessidade de conectar elementos que conhecem de perto, como água, clima, ecossistemas, fauna e flora, com tecnologia, comunicações e sociedade, criando um novo conceito de trabalho.
O Serviço Geológico do Brasil tem o papel de difundir as informações relacionadas à geologia, recursos minerais, geologia de engenharia, gestão territorial e recursos hídricos. E são muitos dados! Para ter dimensão do volume, a empresa pública naturalmente big data atua no mapeamento de riscos geológicos em mais de 1.700 municípios, a fim de monitorar locais suscetíveis a deslizamentos.
A instituição está presente desde as regiões mais secas do país, fazendo mapeamentos para descobrir onde há condições mais favoráveis para encontrar água subterrânea e oferecer o recurso natural para a comunidade ao redor, por meio de perfuração de poços; até os municípios mais abundantes em água. No último caso, por exemplo, sistema de alertas emitem mensagens para as pessoas em zona de risco sobre o nível dos rios que estão subindo, prevenindo enchentes e inundações. “Monitoramos as cheias dos rios e bacias hidrográficas e esses dados são muito consultados pelos estados para evacuação de água. É um dos sistemas que mais salvam vidas, além dos estudos de escorregamentos de terra”, explica o Chefe da Divisão de Informática (DIINFO), Ricardo Barcelos.
Um exemplo bem recente da atuação da empresa pública é uma ação emergencial executada no Bairro Pinheiro, em Maceió (AL). A região atingida por fortes chuvas e um tremor de terra de magnitude 2,4 mR (escala de magnitude regional no Brasil), em fevereiro e março de 2018, coleciona fissuras, trincas e rachaduras em edificações, ruas e casas. A CPRM tem trabalhado continuamente na região, fazendo mapeamentos sobre os danos e estudos geológicos e geotécnicos, para prevenir incidentes. Leia mais sobre.
Ainda há estudo e mapeamento de hidrologia e abastecimento de águas para as cidades também, na região amazônica; pesquisa em geologia marinha, responsável por coletar informações sobre erosões costeiras; e busca geológica por minerais brasileiros. Esse grande volume de informações é consumido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e pelas Defesas Civis espalhadas pelo país. Com os dados fornecidos, os tomadores de decisão podem agir de maneira mais assertiva. Para “matematizar a natureza”, nas palavras de Edgar Shinzato, alguns recursos tecnológicos são essenciais: uso de inteligência artificial, automação robótica de tarefas mecânicas, uso de drones e nano satélites.
Apoio tecnológico da RNP
Já deu para perceber que a CPRM tem atuação e impacto social em todo país. Por isso, otimizar a tecnologia na empresa pública significou serviços para a sociedade com maior eficiência. Com apoio da RNP, a CPRM teve a infraestrutura tecnológica de servidores e armazenamento nas 27 unidades regionais transformada e padronizada e hoje conecta mais pessoas, com segurança, em poucos cliques.
Falando em conectividade, a rede nacional CPRM, composta por 13 unidades, foi implantada dentro da rede acadêmica brasileira Rede Ipê, da arquitetura até implantação dos enlaces. Todas as unidades da instituição funcionam com fone@RNP, serviço que permite fazer chamadas telefônicas gratuitas para outras universidades e instituições de pesquisa. No Internet Data Center (IDC) da RNP, os dados do Serviço Geológico do Brasil estão armazenados, contando com uma infraestrutura de TI robusta e de alto nível. Outra boa notícia é que o trabalho conjunto continua, já que ainda este ano acontece o primeiro Termo Aditivo no Contrato de Gestão que sela o acordo entre as duas instituições.
Os representantes da instituição reforçam o valor dessa parceria: