A RNP, organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), está realizando estudos de viabilidade técnica e de estratégia de negócio para interligar o Brasil à Guiana, por uma conexão de fibra óptica entre Boa Vista (RR) e Georgetown (Guiana). Os recursos para esse projeto foram oriundos da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal, com apoio do MCTIC.
A interligação de Boa Vista a Georgetown visa à expansão de infraestrutura de comunicações na região Norte do país, o que contribui para as ações de expansão do Sistema RNP e de políticas públicas do Governo Federal desenvolvidas no âmbito do Programa Conecta Brasil, MCTIC Norte Conectado.
A principal motivação é a carência de infraestrutura na região Norte do país e a dificuldade em atender à demanda por telecomunicações para interligar a região às demais regiões do país e ao exterior, principalmente no estado de Roraima.
No litoral da Guiana, existem saídas internacionais por meio de cabos submarinos que a conectam a Paramaribo, no Suriname, a Porto de Espanha, em Trinidad e Tobago, e à Fortaleza, no Brasil. Com a construção de uma nova rota de Boa Vista a Georgetown, torna-se possível fechar um anel, a partir de Fortaleza até Belém, por diversas infraestruturas terrestres já existentes nas regiões Nordeste e Norte, como por exemplo o Linhão de Tucuruí, o que dá redundância e contingência à Amazônia Setentrional com saída pelo Oceano Atlântico.
O estudo de viabilidade técnica avaliará as condições de infraestrutura existentes para a implantação de um cabo óptico nessa rota, utilizando as rodovias que interligam os dois países – Brasil e Guiana. O trecho terrestre corresponde a um total de 682 km entre Boa Vista e Georgetown. A previsão é de que o estudo de viabilidade técnica esteja concluído no prazo de 90 dias a partir das assinaturas de contrato com as empresas que prestarão os serviços.
Em paralelo, também será realizado um estudo regulatório e negocial, para levantar possibilidades de parcerias com provedores de internet e operadoras de telecomunicações para empreender, na Guiana, uma estratégia de construção conjunta e compartilhamento de infraestrutura. Os estudos devem ser concluídos em seis meses.