Criada para reunir especialistas e integrar iniciativas de pesquisa em combate à pandemia da Covid-19 em todo o Brasil, a RedeVírus MCTIC vai contar em breve com uma plataforma virtual para fortalecer a cooperação entre seus membros. A estrutura será criada em parceria com a RNP.
A ideia é usar o ambiente virtual tanto para reuniões do grupo de especialistas quanto para a criação de grupos de interesse setoriais nas áreas de pesquisa envolvendo o novo coronavírus, como sequenciamento, vacinas, diagnósticos, etc. O ministério já iniciou as tratativas para definir o escopo da plataforma. A RNP gerencia uma rede com mais de 3,5 milhões de usuários que conecta universidades, agências de fomento, instituições de pesquisa e saúde.
O coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Investigação em Imunologia (INCT-iii), Jorge Elias Kalil Filho, conta que a RedeVírus MCTIC definiu estratégias gerais e os pesquisadores têm interagido por mensagens ou telefonemas. Na área de imunização, o INCT avançou com a liberação de licenças necessárias e manipulação do vírus.
“A gente terminou a definição de todos os fragmentos da proteína da espícula que nós queremos colocar em nossos VLPs (virus-like particles) e trabalhando na síntese desses para avançar. Nós conseguimos também todas as licenças dos comitês de ética humanos e de animais, preparando animais para começar a experimentação e treinando pessoas novas que estão chegando”, descreve.
Na área de sequenciamento do vírus, o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), Fernando Rosado Spilki, pesquisador da Feevale, reforça que o intercâmbio de dados entre os pesquisadores é diário e a mobilização, intensa.
“Tanto na Feevale quanto em outras universidades os pesquisadores têm trabalhado em todos os turnos, muitas vezes em fins de semana, atuando em duas frentes principais: o auxílio no diagnóstico molecular do vírus e projetos de pesquisa que vão desde o alvo de nossa rede – a caracterização do vírus circulante no país e marcadores de suscetibilidade genética em pacientes – até diversos outros alvos de investigação científica conduzida por outras redes apoiadas pelo MCTIC”, conta.
A RNP também disponibiliza a Rede Universitária de Telemedicina (RUTE) para ações de apoio à capacitação, assistência remota e segunda opinião em combate ao vírus. Para o enfrentamento da pandemia, foi criado um Grupo de Interesse Especial (SIG) Covid-19, que reúne profissionais de saúde de hospitais terciários, universitários, públicos e privados do Brasil e outros países.
RedeVírus MCTIC
A RedeVírus MCTIC, criada pela portaria MCTIC nº 1010/2020, funciona como um comitê de assessoramento estratégico que atua na articulação dos laboratórios de pesquisa, com foco na eficiência econômica e na otimização e complementaridade da infraestrutura e de atividades de pesquisa que estão em andamento, em especial com o coronavírus e influenza.
O comitê de especialistas da Rede conta com pesquisadores de várias instituições de pesquisa renomadas como a Fiocruz, Butantan, USP, Unicamp, UFMG, UFC, CNPEM/MCTIC, UFRJ, entre outras. A portaria 1.205 nomeou 12 membros, que fazem parte da rede junto com representantes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTIC), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTIC) e sob coordenação do secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do ministério, Marcelo Morales.
Fonte: MCTIC