Implementação da blockchain no Brasil será debatida no Fórum RNP 2019

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A blockchain surgiu como uma tecnologia que permite que registros de dados e informações deixem de ficar armazenados em apenas um local e sejam distribuídos por diversos computadores da internet, assegurando o combate à diversos tipos de fraude. Embora, em termo de número de aplicações, o setor financeiro seja o principal caso de uso e estágio de maturidade, existem diversas iniciativas que merecem atenção. Diante deste cenário, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) tem apoiado soluções e iniciativas capazes de contribuir para implementação desta ferramenta. Por este motivo, a inovação estará entre os assuntos de destaque da oitava edição do Fórum RNP, realizado entre os dias 26 e 28 de agosto, em Brasília/DF. 

O painel sobre blockchain acontecerá no dia 27/8, às 9h, na sala Arena Fórum, e será voltado para debater o estado da tecnologia no Brasil e no mundo, focado em aplicações, infraestruturas das redes e a interoperabilidade. Desta forma, a RNP pretende promover uma discussão sobre desafios de governança, regulação e uso da plataforma para valoração das permutas de ativos entre parceiros de negócios. 

Segundo Fabíola Greve, organizadora do painel, diversos países estão organizando grupos de interesse, discussões e pesquisas para fazer evoluir a tecnologia e é essencial que o Brasil também construa uma aliança sólida para a ferramenta. ‘‘Queremos abordar a blockchain aplicada fora do mercado financeiro e levar outras aplicações possíveis, como nas áreas de ciência, saúde, arte, governo e assim atuar além das criptomoedas’’, pontua. 

O ato de dissociar processos burocratizados passa por mudanças estruturais e permite um novo potencial de colaboração. A etapa de descentralização já deu certo no sistema financeiro. Operações, que antes passavam por uma validação de instituição bancária, foram substituídas por uma base de dados organizada através de blocos encadeados e interligados sequencialmente de forma ordenada. Assim, qualquer transação financeira entre redes cria um histórico transparente e imutável dos registros nela armazenados. 

E é justamente o debate sobre a utilização da ferramenta além do mercado financeiro que Alexandre Barbosa, pesquisador em identidades digitais em blockchain no Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), promoverá durante o encontro. ‘‘A blockchain está em fase de ganhar força novamente graças a Libra, um criptoativo que será lançado em 2020 pelo Facebook e seus parceiros. É hora de pensarmos de forma multidisciplinar e multissetorial o plano de ação e a infraestrutura nacional da blockchain, para influenciarmos diretamente no desenvolvimento da identificação da era digital no Brasil’’, reforça Barbosa. 
    
Reais benefícios da implementação de uma blockchain 

O relatório “Blockchain para aplicações de interesse público” do ITS ainda aponta que as tecnologias distribuídas permitem redução de custos e de burocracia, além do aumento da confiabilidade e eficiência em sistemas de uma maneira abrangente. Além disso, a implementação do modelo descentralizador estabelece a promoção de transparência, segurança e accountability, e, por isso, reduz fraudes e corrupção.

Outro fator que fomenta o entusiasmo acerca da tecnologia é o modelo escalável. Redes como a blockchain têm um grande potencial de alcance com ganhos de escala crescentes e custos decrescentes conforme o tamanho de suas estruturas. Isso quer dizer que estruturas de redes livres e abertas são facilmente replicáveis e expansíveis, com um baixo investimento. 

A compreensão de tais aspectos abre espaço para que novas oportunidades de negócio sejam geradas. A inovação, aos poucos, submerge em setores atualmente predominados pela centralização, burocracia ou as altas despesas de operação. Quem sai ganhando é a sociedade como um todo a medida em que novos serviços baseados na tecnologia blockchain surgem.

Para mais informações, acesse o site do evento.