O cientista de redes e ex-diretor da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Michael Stanton, recebeu o Prêmio Trajetória 2018, do Registro de Endereçamento da Internet para a América Latina e Caribe (LACNIC), por sua contribuição para o desenvolvimento da internet na região. O prêmio foi entregue em cerimônia realizada em Rosário, na Argentina, no dia 27/9, durante o evento anual da entidade, que reúne a comunidade de operadores de redes da América Latina e Caribe.
Michael Stanton é o terceiro a receber o reconhecimento do LACNIC em nome do Brasil, depois de Demi Getschko, conselheiro do Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br), em 2012; e Carlos Afonso, diretor executivo do Instituto Nupef (Núcleo de Pesquisas, Estudos e Formação), em 2010. Segundo o LACNIC, Michael, que é originalmente inglês, recebeu o prêmio por seus esforços para promover o desenvolvimento da internet na região e particularmente no Brasil.
O prêmio Trajetória foi criado em 2009 e, desde então, foi entregue a 19 líderes de 13 países da América Latina. O comitê de jurados considera contribuições nos campos de governança da internet, fomento do modelo colaborativo, desenvolvimento de capacidades técnicas, promoção do uso e desenvolvimento de padrões na internet e o impulsionamento da economia digital na região.
Sobre Michael Stanton
Michael Stanton exerceu o cargo de diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da RNP no período entre 2002 e 2018. Doutor em Matemática pela Universidade de Cambridge, ele foi professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da Universidade Federal Fluminense (UFF). Contribuiu para a pesquisa acadêmica em arquitetura e engenharia de redes de computadores.
A partir do lançamento da NSFNET, rede da National Science Foundation (NSF) que interligou universidades e laboratórios de pesquisa nos Estados Unidos na década de 80, Michael defendeu a criação de uma rede acadêmica no Brasil. O resultado dessa mobilização foi o surgimento do projeto RNP, em 1989. Michael participou da coordenação do projeto RNP até 1993 e retornou à organização em 2001, como diretor de Inovação, e depois como diretor de P&D.
Entre os seus projetos pioneiros, estão o redesenho das redes internas da PUC-Rio e da UFF, a Rede-Rio (fases Bitnet e Internet), a rede experimental em fibra óptica do projeto GIGA e a rede metropolitana de Belém do Pará (MetroBel). Atualmente, Michael dedica-se ao projeto de construção do novo backbone da RedCLARA, que integra as redes acadêmicas da América Latina, e está envolvido em projetos de novos cabos submarinos intercontinentais.
Para mais informações, acesse o site do Prêmio Trajetória.
Assista em vídeo o discurso de Michael Stanton na íntegra: