Entre os dias 13 e 15/3, cientistas de instituições brasileiras e americanas participaram do Workshop on Soar Science 2020. O objetivo foi reunir os responsáveis pelo telescópio Southern Astrophysical Research (Soar), a fim de discutirem sobre o futuro das pesquisas realizadas por esse equipamento. O evento foi realizado remotamente e transmitido online, com apoio da RNP, por meio do serviço de Videoconferência.
“Após dez anos de operações científicas contínuas com o Soar, é hora de planejar a próxima década de operações. Um novo ciclo do acordo de uso do telescópio terá início após 2020. Precisamos avaliar as mudanças climáticas, tecnológicas e do cenário científico para pensar no futuro do equipamento. Surgiram novos telescópios e novas necessidades científicas para as quais precisamos nos adaptar”, explicou o diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), Bruno Castilho.
Esse foi o primeiro de muitos encontros que eles organizarão para definir os próximos passos do Soar. A edição foi realizada remotamente, com a conectividade disponibilizada pelo Ponto de Presença da RNP no Rio de Janeiro (PoP-RJ) e com os serviços de sala virtual, gravação e transmissão ao vivo executados por nossa organização. “O apoio da RNP foi fundamental para viabilizar o workshop, que seria impossível de ser realizado presencialmente, devido à falta de recursos”, destacou o diretor. O LNA também contou com a colaboração do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), que cedeu suas instalações para o evento e se responsabilizou pela logística.
Importância do telescópio de astrofísica
De acordo com Castilho, um dos grandes diferenciais do Soar é que ele abriu portas para o Brasil iniciar o desenvolvimento de equipamentos científicos. O LNA construiu dois equipamentos que estão operando no telescópio e essa expertise permite que cientistas brasileiros participem de projetos de outros telescópios.
O Soar é usado por pesquisadores de todo o Brasil. O Laboratório Nacional de Astrofísica, que gerencia essas demandas no lado brasileiro, recebe e avalia as propostas, e encaminha as de maior impacto científico para o telescópio. Dois exemplos de projetos que utilizam o Soar são o ‘Observação de variabilidade de estrela nova’, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que estuda a variação do brilho dessas estrelas ao longo de sua vida, e o ‘Estrelas jovens de alta massa’, da Universidade de São Paulo (USP), que analisa estrelas muito maiores que o sol, mas com características e efeitos diferentes.
Esse telescópio possui 4,1 metros de profundidade e é financiado por um consórcio entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), por meio do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA); o Observatório Nacional de Astronomia Óptica (NOAO) dos Estados Unidos; a Universidade Estadual de Michigan (MSU) e a Universidade da Carolina do Norte (UNC).