Diante da escassez de blocos IPv4 e a restrição de alocações adicionais anunciada em fevereiro pelo Registro de Endereçamento da Internet para a América Latina e o Caribe (LACNIC) e o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), a RNP decidiu alterar a sua política de alocação de blocos IPv4. A partir de março, serão alocados, na rede acadêmica, blocos de, no máximo, /25 (128 hosts endereçáveis) a cada seis meses.
A medida acompanha as políticas publicadas pelo NIC.br, que passou a utilizar a reserva de endereços IPv4 apenas para novos entrantes, ou seja, para os que ainda não possuem blocos IPv4 alocados diretamente pelo Registro.br, restringindo assim as alocações adicionais.
No entanto, para toda alocação de blocos IPv4, serão alocados blocos IPv6, um /48 por campus. Segundo a gerente de Operações da RNP, Janice Ribeiro, políticas de transição para o protocolo IPv6 são encorajadas pela organização. “Novos blocos IPv6 podem ser solicitados a qualquer tempo pelas instituições usuárias da rede acadêmica, à medida que julgarem necessário”, declarou a gestora.
Para orientar as instituições de ensino e pesquisa nesse contexto de transição, a RNP disponibilizou um documento de recomendações com técnicas de tradução a partir da plataforma NAT 64, que tem como função transformar os endereços IPv6 em IPv4 e vice-versa.
Segundo o NIC.Br, a terceira e última fase do esgotamento de endereços IPv4 na América Latina e Caribe obedece à política regional em vigor desde 2014, aprovada pela comunidade Internet e amplamente divulgada em fóruns, seminários, encontros e palestras. Nos últimos 10 anos, com o crescimento de usuários e serviços na internet, foi iniciado o alerta para a necessidade de transição para o IPv6, uma vez que o protocolo tem espaço de endereçamento superior ao IPv4.
Ainda de acordo com o órgão, o Brasil tem aproximadamente 14% de utilização de endereços IPv6. Para auxiliar órgãos públicos nessa transição, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP) lançou o Plano de Disseminação do Uso IPv6, que recomenda a adoção do novo protocolo até setembro de 2018.
ESR oferece curso em IPv6 Básico
A Escola Superior de Redes (ESR), unidade de serviço RNP voltada para capacitação, oferece, desde 2009, o curso IPv6 Básico, com o objetivo de apoiar empresas e instituições públicas a se adaptarem ao futuro da internet. Mais de 250 alunos já foram formados.
O curso é voltado para treinar administradores de redes LAN e WAN na implantação de suporte ao protocolo IPv6 nas redes de suas organizações. O conteúdo teórico e atividades em laboratório cobrem desde o endereçamento IPv6 até o roteamento entre provedores de acesso, incluindo questões de gerenciamento, segurança e a transição do IPv4 tradicional para o IPv6, assim como o convívio destes protocolos na mesma rede. Clique aqui e saiba mais.
Fonte: NIC.Br, com informações da RNP.
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