A mais de 500 km de Manaus, o campus de Tefé do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá foi alvo de uma prova de conceito que otimizou em 30% a experiência dos seus usuários locais, graças a um projeto implementado pela RNP de otimização da rede WAN. A iniciativa procurou utilizar recursos físicos como largura de banda de uma forma mais eficiente, para uma maior qualidade na experiência de uso da rede.
O campus de Tefé está conectado à rede Ipê por satélite, via PoP-MG, e é atendido por um link de 10 Mb/s, compartilhado por cerca de 500 funcionários e pesquisadores. Segundo o gestor de TI do Mamirauá, Francisco Júnior, esse link, por muitas vezes, fica sobrecarregado. Por exemplo, quando há necessidade de uso da videoconferência, é necessário derrubar conexões para viabilizar a transmissão. “É um trabalho de cobertor curto. Como somos atendidos por satélite, a latência é maior, o que afeta a experiência do usuário”, avalia.
Com o projeto de otimização da rede WAN, houve uma melhora dessa perspectiva por parte do usuário. Na prova de conceito, foi utilizado o appliance Steelhead Riverbed, com a Transaction Prediction (TP) e mecanismos Scalable Data Referencing (SDR). Essas duas tecnologias identificam de forma conjunta transações que podem ser resolvidas localmente, evitando que sejam enviadas pela WAN. “Quando é realmente necessário utilizar o link WAN, os dados que já foram enviados anteriormente são reconhecidos e, em seu lugar, são enviadas referências, que possuem um tamanho menor, tornando a conexão menos saturada”, explica o analista da GER, Rodrygo Córdova, que esteve à frente do projeto.
Apesar da largura de banda continuar a mesma, 10 Mb/s, com a compressão desses dados, o número de conexões aumentou em 70%, com a redução da latência e da perda de pacotes na aplicação, o que otimizou o tráfego em aproximadamente 30%.
Para o analista de Redes, os resultados comprovam que o aumento da banda não é a única variável a ser analisada para aprimorar a navegação na internet. “Outros fatores como atraso, variação do atraso, perdas e comportamento dos protocolos utilizados podem ter um impacto maior na experiência do usuário do que a própria largura de banda”, afirma Rodrygo.
Já o gestor de TI do Mamirauá-Tefé, Francisco Júnior, comemorou a solução testada no campus, mas revelou o verdadeiro anseio da instituição: ser atendida no futuro por fibra óptica através do Programa Amazônia Conectada, que prevê conectividade a múltiplos gigabits no interior do Amazonas, por meio da tecnologia de cabos subfluviais.
Sobre o Mamirauá
O Instituto Mamirauá é referência nacional em estudos de biodiversidade na Amazônia e recebe pesquisadores de todo o Brasil e de outros países. Além de promover atividades de pesquisa, a instituição incentiva o manejo participativo para a conservação da fauna e flora locais. Com isso, o Mamirauá também contribui para o desenvolvimento sustentável da região em articulação com a população local.
Leia mais no site do Instituto Mamirauá.