II Mostra Inova CTIC/ RNP encerra atividades

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Após a apresentação de 14 projetos, foi encerrada a II Mostra Inova CTIC/RNP. O evento, realizado nos dias 1 e 2/12, em São Paulo, incluiu a exposição de nove iniciativas apoiadas pelo CTIC, desenvolvidas no segundo e terceiro ciclos de editais, nos temas conteúdo para TV digital, cidades inteligentes, computação em nuvem e virtualização de redes e serviços. A programação também contou com cinco Grupos de Trabalho da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), selecionados por estarem de acordo com a temática da mostra. O objetivo foi fazer com que empresas e o governo se apropriassem das tecnologias desenvolvidas, a fim de estimular o desenvolvimento de áreas estratégicas da economia brasileira.

No segundo dia do evento, as apresentações começaram com o Grupo de Trabalho (GT) VLibras da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). O grupo oferece um serviço de tradução automática de conteúdos digitais multimídia para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), por meio da computação. Um dos motivadores do projeto foi a constatação de que as soluções tradicionais têm suas limitações. Assim, o projeto criou ferramentas que aceitam diferentes tipos de mídia – vídeo, texto ou áudio – e geram uma cópia acessível dos arquivos com uma janela embutida com a tradução em sinais de Libras, representada por um avatar-3D. 

“Sabemos que a tradução automática também tem suas limitações. Por isso, nosso objetivo não é substituir os intérpretes, e sim, dar autonomia ao usuário, quando não for viável contratar um intérprete”, ressaltou o coordenador do projeto Tiago Maritan, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 

Outro GT que participou da mostra foi o CNC, que criou um serviço experimental em computação em nuvem para armazenamento de dados na área das ciências. De acordo com o coordenador adjunto do trabalho, o PhD Carlos Eduardo da Silva, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o serviço seria um ‘Dropbox brasileiro acadêmico’, com a vantagem de ser mais seguro. “Uma das desvantagens dos serviços de nuvem comerciais é o fato de o sigilo de dados ser ignorado por muito deles”, destacou Silva. 

Foi criada uma solução que gera nuvens privadas, onde é possível proteger a privacidade dos dados armazenados usando criptografia. A solução foi criada para o ambiente acadêmico, mas pode ser implementada em diferentes esferas. Com uma arquitetura escalável, o CNC permite que a nuvem cresça conforme a necessidade.

O primeiro projeto apoiado pelo CTIC, apresentado no segundo dia do evento (2/12), foi o AltoStratus. O objetivo da iniciativa é propor, especificar, implementar, implantar e avaliar técnicas e mecanismos de middleware para composição, execução e gerenciamento de serviços em ambiente de nuvens computacionais híbridas e heterogêneas. Os professores Frederico Lopes, da UFRN, e Carlos Kamienski, da Universidade Federal do ABC (UFABC), apresentaram o projeto na II Mostra Inova CTIC.

“Nosso projeto propôs uma integração de plataformas de computação em nuvem. Assim o usuário pode criar seu workflow, com tempo de execução, e a ferramenta detecta as atividades solicitadas e distribui tarefas para serem processadas nas nuvens particulares, podendo ser estender a nuvens públicas se necessários, para atuar no tempo solicitado pelo usuário”, explicou Lopes. O desenvolvimento do trabalho, de acordo com a proposta do CTIC, é dividido em núcleos de universidades. De acordo com Lopes, a solução final aproveitou o melhor de cada proposta, criando um modelo conceitual de arquitetura de alto nível de integração de plataformas de computação em nuvem.

Encerrando as atividades da manhã, o coordenador do projeto, o PhD Francisco Brasileiro, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), apresentou as iniciativas do Jit Cloud. O grupo desenvolveu meios alternativos para construção de infraestruturas de computação na nuvem públicas, baseados no conceito de implantação Just in Time (JiT) da infraestrutura computacional necessária. Em uma JiT Cloud, o provedor aloca recursos apenas quando estes são requisitados pelos seus clientes e apenas enquanto estiverem sendo utilizados. Este tipo de alocação elimina a necessidade de planejamento de capacidade na perspectiva do provedor.

Foram entregues versões incrementais dos protótipos dos componentes do middleware (CBM) e dos mecanismos associados com as outras quatro áreas focais: o Mecanismo de Provisionamento e Gerência, Mecanismos de Tarifação e Monitoramento, Mecanismos de Segurança e Mecanismos de Dependabilidade Autonômicos.

Na área de TV Digital, o JCollab desenvolveu uma plataforma para produção de conteúdo jornalístico e social com suporte à interatividade e baseado em semântica. O projeto foi apresentado por Kellyanne Alves, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), responsável pela concepção e coordenação jornalística do projeto, e pela professora PhD Natasha Lino, também da UFPB. A ferramenta é um ambiente administrativo e gerenciador que automatiza o fluxo produtivo de uma redação jornalística. Também permite, em algumas etapas de produção, a colaboração e a interação com o público, por meio da rede social. 

“Nosso objetivo foi criar um ambiente em que a audiência também é geradora de conteúdo. A produção é realizada de forma colaborativa”, explicou Kellyanne. A plataforma incluir diversas funcionalidades, entre elas votação e sugestão de pautas pela comunidade, envio de matérias via rede social e/ou ambiente redação e portfólio dos participantes. 

Ginga é o nome do middleware aberto adotado pelo Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), constituído por um conjunto de tecnologias padronizadas e inovações brasileiras, que o tornam a especificação de middleware mais avançada. Nesse contexto, o projeto GingaAppStore, apoiado pelo CTIC, desenvolveu um framework de suporte à distribuição de aplicações para esse middleware. A iniciativa propôs uma loja de aplicações que pode ser enviada por emissoras de TV para qualquer receptor com suporte ao Ginga. 

“O objetivo foi criar novos meios para distribuição de software para TV Digital interativa”, destacou o coordenador técnico do projeto, Álan Lívio, da UFPB. O projeto disponibilizou uma plataforma de loja de aplicação e um repositório de aplicações gratuitas. Isso possibilita às emissoras otimizar o envio de aplicações interativas pelo seu sinal de broadcast para o usuário.

Para fechar o evento, o doutorando da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Diogo Menezes apresentou o Revir, que propôs o desenvolvimento de uma rede de testes baseada em técnicas de virtualização de rede. O projeto atua em diferentes camadas da arquitetura de redes virtuais e desenvolveu seis subprojetos. 

Uma dessas iniciativas o Fits – Future Internet Testbed with Security, que, por meio de uma rede interuniversitária, aumenta a cooperação entre as instituições. O objetivo foi desenvolver um sistema que garantisse o isolamento das redes virtuais e que também possibilitasse a provisão de serviços diferenciados entre tais redes. Usando um sistema híbrido, baseado em Xen e OpenFlow, Fits oferece ferramentas de gerenciamento de rede para o administrador. “Atualmente a rede conta com mais de 20 instituições no Brasil e na Europa”, ressaltou Menezes.