O setor hospitalar, pela diversidade de seus atores, é um dos ambientes mais representativos da complexidade de governança em organizações públicas. Diante desse contexto, administradores de hospitais públicos e privados foram convidados para a sessão de Governança e Liderança no terceiro dia do III Fórum RNP, para discutir as diversas formas de gestão da estratégia para cada tipo de organização.
“O impacto que a tecnologia está trazendo para o setor, como a telemedicina e toda a sua possibilidade de atuação, pode mudar a forma de relação entre o médico e os seus pacientes”, afirmou o consultor da Symmetics, Rogério Caiuby, moderador da sessão.
No Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), instituição privada de grande porte e cunho filantrópico, são realizados 12 projetos junto ao sistema amplo de saúde, de ensino, pesquisa e gestão. Em um deles, de reestruturação dos hospitais públicos, a instituição atua junto a seis hospitais do país, para a melhoria da qualidade de segurança do paciente.
Para a superintendente de desenvolvimento humano e institucional do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Cleuza Enck, alguns desafios para a gestão da estratégia são “a pressão por competitividade, que requer mudanças nos processos, o aumento do número de dispositivos móveis e a mudança do perfil dos envolvidos no ambiente de saúde”.
Já a supervisora de Inovação e Processos do Hospital Moinhos de Vento (RS), Melina Schuch, ressaltou que colocar e-Saúde em prática é sobrepor com os processos da instituição. Para a melhor gestão da estratégia, o hospital fez com que seus diretores se colocassem no papel dos pacientes, a fim de entender a sua experiência. “Fizemos o engajamento das pessoas para que elas olhem os resultados”, relatou.
A gerente de Gestão Estratégica do Hospital Sírio Libanês (SP), Rute de Freitas, afirmou que a filantropia, na parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS), está nos valores da instituição. Ela informou que, em 2005, o Sírio Libanês sofreu uma grande mudança administrativa, com uma nova superintendência e, a partir dessa data, foram feitos diversos ciclos de planejamento estratégico para implementar essa nova cultura de gestão.
Representando os hospitais públicos, a assessora de Planejamento e Avaliação da Direção do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Maria Luiza Malvezzi, destacou que “um hospital universitário é um prolongamento de um estabelecimento de ensino, que provê treinamento universitário na área da saúde e propicia atendimento médico de maior complexidade”.