Prospectar novas formas de uso das tecnologias em prol da saúde em um futuro próximo foi a missão da mesa composta pela vice-presidente do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde (CBTms) e professora da Universidade de São Paulo (USP), Ana Estela Haddad, do presidente do International Medical Informatics Association (IMIA), Lincoln Assis Moura, e da coordenadora substituta de Gestão do Conhecimento do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Fabiana Costa.
“O que um país como o Brasil deve esperar em e-Saúde? Somos um país continental, que precisa atender às necessidades do Sistema Único de Saúde”, questionou Lincoln Assis Moura, do IMIA. Segundo ele, a conclusão de um grupo de estudos de 60 profissionais convidados pelo Ministério da Saúde é de que, até 2020, o que se entende por e-Saúde esteja incorporado ao SUS, como estratégia de melhoria consistente dos serviços de saúde no país.
Dentro dessa estratégia, foram propostos sete pilares, entre padronização e interoperabilidade, serviços e sistemas, governança e liderança, entre outros. “Tecnologia da Informação é um dos sete pilares propostos. Não podemos esquecer dos pilares que não envolvem tecnologia, como liderança e recursos humanos”, alertou Lincoln.
Sobre os avanços na área da pesquisa, a representante do Ministério da Saúde, Fabiana Costa, apontou que o Brasil está em quarto lugar no ranking em pesquisa em saúde, segundo dados do CNPq de 2003. Apenas em 2013, foram investidos R$ 121 milhões em 5.004 projetos.
Fabiana Costa destacou a importância do uso de evidências científicas para a elaboração de políticas públicas no âmbito da Rede Brasileira de Avaliação Tecnologia e Saúde (REBRATS) e da rede EVIPNet, que promove o uso sistemático da pesquisa de evidências em saúde na tomada de decisão. “As sínteses para políticas informadas por evidências colaboram para a tomada de decisão do gestor, a consolidação do fomento à pesquisa e a otimização de recursos”, declarou.
Já Ana Estela Haddad, do CBTms, apresentou a evolução do Programa Telessaúde Brasil Redes, que busca melhorar a qualidade do atendimento e da atenção básica no SUS pelas ferramentas de TIC. “O programa passou da atenção básica para atuar na rede de atenção como um todo”, afirmou Ana Estela.
Segundo ela, ao contrário do que acontece no exterior, onde existe a teleconsulta, no Brasil é praticada a teleconsultoria. “A teleconsultoria consiste em dois profissionais de saúde trocando conhecimento, mas o atendimento ao paciente é sempre presencial”, explicou. “Outro conceito que surgiu no Brasil foi a segunda opinião formativa”, afirmou, ao se referir à atividade de apoio assistencial ou de consultoria com caráter educacional.