A coordenadora da rede de informação ePORTUGUÊSe, da Organização Mundial da Saúde (OMS), Regina Ungerer, afirmou, durante a sessão dedicada à Telemedicina e Telessaúde, que é preciso facilitar a sinergia nos espaços de informação, fomentar parcerias, promover a capacitação em recursos humanos, utilizar e adaptar metodologias de ensino a distância, entre outras ações, para criar mais oportunidades de trabalho em redes.
Esse é o principal objetivo da rede ePORTUGUÊSe, criada por uma estratégia da OMS para fortalecer a colaboração entre os países de língua portuguesa em e-Saúde. “O português é a sexta língua mais falada do mundo, a mais usada abaixo da linha do Equador. No entanto, a maioria das informações circula em inglês. A rede ePORTUGUÊSe é uma oportunidade para esses países receberem informações em saúde atualizadas e em seu próprio idioma”, afirmou Regina.
Para isso, a rede em língua portuguesa promove bibliotecas virtuais, espaços colaborativos, fórum de discussões, blogs, redes sociais, educação a distância e projetos de segurança do paciente, voltados para e-Saúde. “Dos oito países que compõem a rede, três estão entre os menos desenvolvidos do mundo. A população tem baixa escolaridade e é majoritariamente jovem, tem pouco acesso à conectividade e a telefones celulares. Quando pensamos em usar as TIC nesses países, temos que ter muito cuidado”, alertou a representante da OMS.
Já o gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), Alexandre Barbosa, defendeu o uso de estatísticas em TIC para a elaboração de políticas públicas. O grupo foi criado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.Br) para nortear projetos e decisões do comitê.
Para ele, é preciso “sair do ponto em que o que está sendo armazenado seja meramente administrativo para que essas informações sirvam de apoio à decisão clínica”. A partir dessa premissa, o centro de estudos dedicou-se a realizar uma abordagem qualitativa para entender as motivações e as barreiras para o uso dessas tecnologias.
Segundo dados da pesquisa realizada pelo CETIC.Br, 91% dos estabelecimentos de saúde no Brasil têm uma estrutura de computador mais banda larga. No entanto, somente os hospitais de grande porte, com mais de 50 leitos de internação, possuem um departamento de TI. Além disso, 24% dos estabelecimentos públicos participam de redes de telessaúde, contra 8% dos privados. “Ou seja, os hospitais públicos estão mais conectados e preocupados em pesquisa do que os privados”, comentou Alexandre.
O vice-reitor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Humberto José Alves, apresentou os resultados do Proyecto Telesalud, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que fez um levantamento do panorama da telessaúde em 16 países da América Latina e do Caribe. “Desenvolvemos um questionário para esse diagnóstico, que foi importante para medir o grau de maturidade desses países em telessaúde”, disse Humberto.