Os esforços necessários para ditar os rumos das organizações foram debatidos na sessão sobre Governança e Liderança, no primeiro dia do Fórum RNP. O advogado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), João Laudo de Camargo, ressaltou as melhores práticas a serem adotadas pelas empresas, visando à melhor tomada de decisão e ao cumprimento das regras.
Segundo Camargo, a governança corporativa está fundamentada em quatro princípios básicos: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Nesse sentido, o Conselho de Administração é essencial para dar longevidade à organização, com o dever de monitorar as informações que chegam à diretoria, a fim de alinhar interesses e mitigar conflitos. “A governança corporativa visa agregar valor para a organização. Incorre em custos e dispêndios de energia, mas traz resultados. São práticas que devem ser consideradas e implementadas por todos os empresários”, afirmou.
Já o secretário de fiscalização de TI no Tribunal de Contas da União (TCU), Daniel Jezini Neto, lembrou que a governança vem resolver um problema muito antigo da humanidade: o conflito. “O homem sempre teve algo a realizar, que não consegue realizar sozinho. Para isso, ele precisa delegar essa tarefa a um agente, dotado de vontade própria”, explicou.
Para Jezini Neto, os mecanismos de liderança são um sistema de incentivos para ajudar o agente a se comportar da forma desejada, a fim de maximizar resultados. “Primeiro, precisamos ter uma liderança, para que ela possa definir uma estratégia. Uma vez definido esse objetivo, é preciso gerir os riscos, através de mecanismos de controle”, enumera o representante do TCU.
Outro convidado da sessão de Governança e Liderança foi Davison Ferreira, da EBSERH, empresa responsável pela gestão dos hospitais universitários federais. Fundada em dezembro de 2012, como empresa pública de direito privado vinculada ao Ministério da Educação, hoje tem 23 filiais e a perspectiva de 10 mil empregados até o final de 2014. “Ainda estamos descobrindo como ter uma visão de gestão e, ao mesmo tempo, respeitar essa diversidade”, declarou.
Davison Ferreira compartilhou alguns modelos adotados pela EBSERH para melhorar a sua governança, como reuniões de diretoria semanais, um Conselho de Administração formado por entidades acionistas que participam ativamente das decisões de impacto e uma auditoria interna vinculada ao conselho. Além disso, a empresa estabeleceu modelos de referência e boas práticas de gestão a serem seguidos pelos hospitais universitários federais. Um deles foi o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. “Também criamos um aplicativo de gestão dos hospitais universitários, um sistema para fomentar um modelo de gestão na prestação de serviços nas unidades de saúde, e também um monitoramento de indicadores”, complementou.