Instituições de ensino superior debatem TIC para um campus sem fronteiras

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O VII Workshop de Tecnologia da Informação e Comunicação das Instituições Federais de Ensino Superior (WTICIFES) teve como destaque a palestra “Campus do Futuro”, proferida pela diretora adjunta de Internet Avançada da RNP, Iara Machado. Defendendo a existência de um “novo modelo de fazer ciência”, ela ratificou o tema do evento, TIC sem fronteiras. O WTICIFES acontece de 27/5 a 29/5, no hotel Best Western Caiçara, em João Pessoa (PB).

Iara contextualizou o atual estágio da rede mundial de computadores, que vive “a fase do big data e a grande mineração de dados, com aplicações gulosas, como proteoma, astrofísica, 4K e 8k, além de redes virtualizadas, com informações espalhadas em diferentes locais”. Um cenário que mostra que a ciência é sem fronteiras, mas ainda possui limitações, como a largura de banda e questões relacionadas à visualização e ao financiamento de TI.

Para ela, “precisamos pensar em construir uma ciberinfraestrutura para educação e pesquisa”, com ambientes de experimentação separados dos de produção. Assim, defendeu que “um perímetro da rede seja desenhado para que equipamentos, configurações e políticas de segurança sejam otimizados para aplicações científicas de alto desempenho, ao invés de atender requisitos genéricos de computação corporativos ou de negócios”.

Essa modelagem poderia, por exemplo, estimular o surgimento de novas soluções e plataformas, que tradicionalmente nascem no meio acadêmico e viram aplicações do dia a dia, como o buscador Google e a rede social Facebook. Citando um caso de sucesso “doméstico”, temos o player Fogo, desenvolvido pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com a RNP, que viabiliza a transmissão de 4K através de uma plataforma aberta e de baixo custo. Essas imagens em definição equivalente a quatro vezes a Full HD já estão sendo usadas pela Rede Universitária de Telemedicina (Rute) na realização de segunda opinião médica, capacitação e treinamentos.

Outro aspecto destacado foi o acesso ao conhecimento gerado para ampliar o alcance da universidade, com a produção de conteúdos instrucionais abertos em plataformas colaborativas, como o Videoaula@RNP. Além disso, a diretora afirmou que “estar federado hoje é uma questão de necessidade, com o uso por exemplo dos serviços CAFe, eduroam, ICPEdu. No mundo das redes acadêmicas, essa é uma tendência, com a integração de várias federações, gerando interfederações”. Uma das maiores interfederações do mundo é o eduGAIN, que reúne, em uma rede de confiança, as federações de gestão de identidade sócias da GÉANT (Rede Gigabit de pesquisa pan-europeia).

“Estamos na era da globalização da ciência e do ensino, o que significa abrir fronteiras, criar serviços multidomínios, NOCs interfederados, fóruns globais para discutir problemas, autenticação e autorização”, concluiu.