Dos 217 municípios do Maranhão, somente oito possuem salas de cinema. O dado não bate com o número de salas totais registradas na Agência Nacional do Cinema (Ancine): 53. Para estimular o aumento da rede de salas de exibição audiovisual, assim como o cenário da distribuição e exibição nesse e em outros estados brasileiros, o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) promoveu o evento “Distribuição e exibição audiovisual no Maranhão e no Brasil: o papel das instituições de educação técnica e superior”, que ocorreu em 28 de fevereiro.
“Precisamos compreender quais são as contribuições que as instituições de ensino técnico e superior podem dar na superação desse gargalo, além de buscar refletir sobre o impacto para a produção, circulação e exibição audiovisual”, destaca Álvaro Malaguti, gerente de relacionamento institucional com a Comunidade de Cultura da Rede Nacional de Pesquisas (RNP).
O encontro contou também com a participação de Rafaela Gonçalves, do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), Nayra Albuquerque da ZAWA Filmes, Sâmia Oliveira e Danielle Costa, ambas do (IFMA.
Os participantes debateram o cenário da distribuição e exibição audiovisual no Maranhão e no Brasil. A iniciativa foi promovida pelo IFMA em parceria com o Fórum Audiovisual Negro e Indígena do Maranhão (Fanim), a Apan (Associação de Profissionais do Audiovisual Negro) e a RNP.
A servidora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Sâmia Oliveira, e, também, produtora audiovisual, acredita que “é muito importante debater a questão da distribuição porque é um tema ainda pouco discutido em todo o âmbito nacional do cinema ainda mais no Maranhão, onde as pessoas nem tem o conhecimento de que se produz cinema aqui”, ressaltou a servidora.
Conforme a realizadora audiovisual na Matraca Filmes e Técnica em Cinema pela Escola de Cinema do Maranhão, Rafaela Gonçalves, “temos diversos desafios desde o recurso para realizar a obra até a ponta que é a distribuição, então quando a gente pensa naquele distribuidor, pensamos nos cinemas, nas salas multiplex. E quando a gente começa a pensar em Instituições de ensino Federais, Estaduais como também um distribuidor para a formação de caráter, mesmo porque o cinema é isso, uma feitura de mundo, pauta as pessoas de informação, então, é muito importante nesses encontros dialogar com esses atores para criar essa rede”, constatou a realizadora.
A professora do IFMA Danielle Costa destacou o momento que passa o Instituto “Eu estou muito feliz porque eu estou observando uma mudança de perspectiva do Instituto em relação às artes. O que eu estou vendo nessa postura, principalmente do Reitor Carlos Cesar, é que é dada a mesma visibilidade às artes dada para as engenharias e o que acontece hoje aqui traz essa relevância. Não se discute o cinema como apenas um componente de entretenimento, mas o estamos discutindo como um componente de gestão, uma gestão educacional, que reconhece o papel da arte, reconhece o papel da acessibilidade a essas formas artísticas de uma maneira inovadora e de uma maneira responsável” – destacou a professora.
Para a participante do evento, documentarista e fotógrafa, Luiza Fernandes, “esse evento é importante, porque ele traz informações que profissionalizam o mercado. A distribuição é um passo muito importante da cadeia audiovisual, então, esse evento contribuiu muito para a profissionalização desse mercado aqui no nosso estado. E eu estou muito feliz de estar prestigiando a Rafaela Gonçalves e estão envolvidas projetos relevantes aqui no nosso estado, mulheres negras, e é super importante que o IFMA esteja trazendo essas mulheres inspiradoras e que trazem muita potência e muita criatividade para o audiovisual do nosso estado” concluiu a participante.
*Com informações da ASCOM do IFMA