O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é a mais recente instituição a aderir à Rede de e-Ciência, infraestrutura dedicada a movimentar volumes massivos de dados científicos. Uma iniciativa da RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa), a rede foi criada para melhorar o potencial da comunidade científica brasileira. A solenidade para celebrar o acordo de cooperação técnica foi realizada no dia 2 de agosto, na sede do CNPEM, em Campinas (SP), com a presença de Nelson Simões, diretor-geral da RNP; de Antônio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM; a diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da RNP, Iara Machado; o diretor de Engenharia e Operações da RNP, Eduardo Grizendi; e o diretor-adjunto de e-Ciência da RNP, Leandro Ciuffo.
A parceria faz parte do processo de ampliação da infraestrutura da RNP, destinada a centros de pesquisa, laboratórios e instituições que atuam com big science, termo usado para se referir a pesquisas complexas de larga escala que precisam de alta capacidade de processamento de dados e infraestrutura sofisticada. É o caso da Rede de e-Ciência, que tem capacidade para transmitir grandes volumes de informações, em alta velocidade, de maneira otimizada, garantindo a segurança dos dados para a comunidade científica, já que não opera com acesso à internet. Serão investidos R$ 45,5 milhões na expansão da rede por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
“O CNPEM foi a primeira instituição a demandar conectividade de 100Gbps, desde a época da construção do Sirius. Essa demanda originou, em 2016, uma iniciativa predecessora à Rede de e-Ciência, intitulada PADEX (Processamento de Alto Desempenho Expresso). Tivemos muitos aprendizados na execução dessa iniciativa, que serviram como base para o planejamento do projeto da rede de e-Ciência”, explica Leandro Ciuffo, diretor-adjunto de e-Ciência da RNP.
Assinatura do acordo garantirá que todos os laboratórios do CNPEM possam ter acesso à Rede de e-Ciência, possibilitando maior capacidade para lidar com quantidades massivas de dados gerados por suas pesquisas científicas e reduzindo o tempo dos fluxos de trabalho. Após a assinatura será dado início ao processo de aquisição e importação dos equipamentos especializados para a transmissão de dados em alta velocidade. Quando a implantação for concluída, será possível movimentar dados com alto desempenho para outras instituições que já integram a rede, como o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e o Senai Cimatec.
“A Rede de e-Ciência é central para o avanço do Sistema Nacional de CTI. Especialmente no caso do CNPEM, trabalhamos juntos com a RNP para discutir demandas específicas das áreas de síncrotron e microscopia, que exigem capacidade avançada de processamento, análise, transmissão e armazenamento de grandes volumes de dados. O estabelecimento da Rede e-Ciência no CNPEM aumentará a velocidade na transmissão de dados em mais de 60 vezes, em comparação ao antigo PADEX, e beneficiará pesquisadores de diferentes universidades e centros de pesquisa em todo o País, que geram dados robustos em nossas instalações abertas, como o Parque de Microscopia Eletrônica e as estações de pesquisa do Sirius”, acrescenta Antônio José Roque, diretor-geral do CNPEM
Além do CNPEM, outras cinco instituições, selecionadas por meio de chamada pública, passarão a fazer parte da comunidade integrada pela Rede de e-Ciência. São elas: CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Unesp (Universidade Estadual Paulista), UFG (Universidade Federal de Goiás) e Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).