Dante Freitas e Renan Hannouche, especialistas em inovação, abordarão o conceito de humanware
A relação entre pessoas e tecnologias avançadas ainda está longe de alcançar seu potencial pleno, de acordo com a visão dos empreendedores e professores da Singularity University Brasil, Dante Freitas e Renan Hannouche. Para eles, é preciso desenvolver não apenas soluções técnicas, mas também competências humanas que permitam lidar com a complexidade crescente da era digital. Este será o foco da palestra que Freitas e Hannouche prepararam para o Fórum RNP 2025, que será realizado de 15 a 18 de setembro, em Brasília, com transmissão online gratuita.
Sócios de cinco startups — GZero, Loomi, Acaso, Just e Bloom — eles acumulam experiência prática na construção de soluções que combinam inovação tecnológica e impacto social.
Defendem que a tecnologia por si só não é suficiente para gerar resultados e que é necessário desenvolver habilidades de liderança, colaboração e empatia para que sistemas artificiais e humanos atuem de forma complementar.
“Estamos entrando em um momento em que a inteligência artificial não deve ser vista como substituta do humano, mas como parceira. O desafio é entender como maximizar essa parceria e evitar fricções desnecessárias”, afirma Freitas. E Hannouche complementa: “A capacidade de aprender, desaprender e reaprender será determinante para quem quer se manter relevante nesse novo cenário”.
O conceito de humanware, definido como a integração entre as capacidades humanas e os sistemas artificiais, vai nortear a apresentação dos empreendedores. Para os professores, essa integração ainda enfrenta barreiras culturais e estruturais, especialmente em organizações tradicionais e instituições acadêmicas. “As pessoas têm medo de que a tecnologia substitua o humano. Mas a verdadeira questão é como podemos usar sistemas inteligentes para potencializar a criatividade, o raciocínio e a tomada de decisão”, explica Hannouche.
A experiência prática de Freitas e Hannouche nas startups reforça essa visão. Em cada projeto, eles observam que as soluções mais bem-sucedidas combinam inovação tecnológica com compreensão profunda do comportamento humano. “Aprender a lidar com incertezas, a colaborar em ambientes complexos e a se adaptar rapidamente às mudanças é tão importante quanto dominar a tecnologia em si”, destaca Freitas.
No Fórum RNP, os professores pretendem provocar reflexões sobre o papel da liderança e da cultura organizacional diante da crescente presença de sistemas inteligentes. “A discussão não é sobre ‘máquinas boas’ ou ‘máquinas ruins’, mas sobre como humanos e máquinas podem trabalhar juntos de forma estratégica”, acrescenta Hannouche.
Além da experiência em startups, os dois atuam como professores na Singularity University Brasil, onde ensinam líderes e empreendedores a explorar o potencial da tecnologia sem perder de vista a dimensão humana. Eles defendem que instituições de ensino, pesquisa e inovação precisam repensar seus modelos, incorporando a inteligência artificial como uma ferramenta de aprendizado e não apenas como um recurso técnico.
Fórum RNP está com inscrições abertas
O Fórum RNP reúne especialistas em redes de internet, telecomunicações, inovação digital, ciência de dados, educação conectada e políticas públicas na área de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). A programação da 14ª edição inclui debates sobre segurança cibernética, inteligência artificial, infraestrutura digital e tendências em colaboração científica.
Com formato híbrido, o Fórum terá atividades presenciais em Brasília e transmissão on-line e gratuita. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas neste link.