A RNP, por meio do seu Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (CAIS), realizou hoje, 11/2, a 15ª edição do Dia Internacional de Segurança em Informática (DISI), em formato de roda de conversa virtual ao redor do tema “Segurança digital começa cedo”. Neste ano, o DISI se somou ao Dia da Internet Segura (saferinternetday.org), movimento global liderado no Brasil pela Safernet e o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br, trazendo maior mobilização em torno de temas importantes para o uso mais seguro e consciente da internet.
Com o foco em pais, estudantes, professores, colaboradores de instituições, profissionais de tecnologia e demais disseminadores da cultura de segurança da informação, a transmissão ao vivo do evento contou com picos de 300 espectadores, formando um público heterogêneo que reconhece a importância do debate sobre o assunto.
A roda de conversa contou com participantes remotos e virtuais que abordaram diferentes pontos associados ao tema central, entre eles: parental control, ciberbullying, crimes cibernéticos, entendimento sobre privacidade e exposição de dados, etc. Participaram diretamente do estúdio, juntamente com o mediador e coordenador de Privacidade e Segurança de Dados da RNP, Yuri Alexandro, a apresentadora gamer eleita a maior host de eSports da América Latina e terceira maior do mundo, Nyvi Estephan e o pesquisador de ameaças na Trend Micro e fundador da comunidade de segurança da informação Mente Binária, Fernando Mercês.
Nyvi trouxe para o debate sua experiência como uma personalidade ligada aos games que fala diretamente com o público jovem e alertou sobre os cuidados que os aspirantes a influencer devem ter para não serem enganados.
“Entrei na internet com um pouco de mais maturidade, mais velha, com uns 20 e poucos anos e tive muita dificuldade de adaptação também. Temos muitos aproveitadores que vêm e falam para as meninas que vão transformá-las em estrela. É um universo que, se você não tem alguém por trás com mais malícia dando suporte, corre muito risco de cair em golpes, não apenas financeiros, mas na sua vida de modo geral. Acho que é um ambiente que tem quer um controle parental muito grande”, afirmou.
Já Fernando agregou com um olhar mais técnico, porém, com um discurso fácil de ser compreendido. Ele deu uma valiosa dica de como os pais devem proceder para buscar uma conscientização sobre segurança mais natural.
“Acho que os pais que já sabem que não sabem nada de tecnologia é até mais fácil, podem buscar cartilhas e aprender juntos. O maior desafio está nos pais que acham que sabem de tecnologia. A gente tem que baixar a bola mesmo: ‘Não sei nada sobre isso’. Deixá-los explicarem para nós. A partir daí, buscar fontes com cartilhas e recomendações que ensinem sobre segurança. Por exemplo sobre senha: o que é? Por que tem que ser grande? Enfim, explicar tudo. Isso não é explicado por aí. Essa conscientização deve ser feita juntamente com os pais, não tem como ser diferente”, disse o pesquisador.
Participando de todo o bate-papo por meio de telões, a especialista em comportamento e psicopedagoga Érica Alvim e a especialista em Direito Digital e CEO da Resh Cyber Defense, empresa de Inteligência Cibernética com foco em Proteção de Dados, Adriana Cansian, trouxeram suas perspectivas a partir de suas áreas de conhecimento, enriquecendo o debate.
Érica deu recomendações de como inserir as crianças no universo da internet, cada vez mais convidativo e cheio de referências de personalidades que são referências de sucesso nos dias atuais. “Normal que a criança queira participar das redes sociais, ser youtuber, porque eles admiram muito, como por exemplo, o jogador de futebol. Ela vê na tela e quer ser igual. Mas não tem maturidade para lidar com tudo que vem junto: comentários: ansiedade por seguidores e por likes. O quanto a gente puder evitar essa exposição é melhor. Se ela insistir muito, podemos tentar com uma rede privada, só com família e amigos próximos”, orientou a psicopedagoga.
Ainda sobre redes sociais, Adriana Cansian explicou um pouco sobre as políticas de uso das mesmas e alertou que, pode até parecer, mas a internet não é uma “terra sem lei”.
“A melhor recomendação que já ouvi até hoje é a para se prevenir de todos de riscos aos quais a gente está exposto em qualquer ambiente. No caso da internet, começa com a atenção na utilização de todas as ferramentas à disposição das crianças e jovens. Em geral, nas redes sociais, nos termos de uso, define que o usuário tem que ter pelo menos 13 anos. Isso porque a maioria das sedes das empresas donas das redes fica nos EUA e lá eles definem isso. Essa idade não é aleatória. É uma idade que os estudos apontam que as pessoas têm capacidade de percepção maior com relação aos riscos que pode haver. Mas as pessoas se esquecem que todas as leis do mundo real valem para a virtual: furto, estelionato, toda a legislação que dispomos no Brasil vale para qualquer ato e ação que aconteça na internet. Mas é preciso muito cuidado, porque, mais do que acontecer alguma coisa, a pessoa tem, do ponto de vista reputacional, uma serie de prejuízos difíceis de serem consertados posteriormente”, ressaltou Cansian.
O #DISI21 ainda contou com duas participações especiais: a analista de Segurança do CERT.br/NIC.br, Miriam von Zuben, que destacou o Internet Segura.br, um portal com conteúdo sobre segurança digital que fala a língua de todo tipo de público, desde as crianças aos idosos, passando pelos profissionais das áreas relacionadas à TI, e a representante da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames) e professora e pesquisadora da PUC-SP, Ivelize Fortim, que falou sobre o guia que escreveu recentemente, intitulado “Como lidar com as crianças e games na pandemia”.
Perdeu a transmissão ao vivo? Não tem problema!
Assista à gravação do evento no canal da RNP no YouTube.