Instituições brasileiras avançam no processo de implementação do IPv6

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O IPv6 é um padrão de endereçamento que oferece um maior número de endereços IP e permite que mais dispositivos estejam conectados à internet. Diante do esgotamento de endereços IPv4 e do Plano de Disseminação do Uso IPv6, do Ministério do Planejamento, que recomenda a adoção do novo protocolo até setembro de 2018, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) lançou um projeto de alocação de IPv6, que configura as redes de acesso das instituições usuárias atendidas pela rede acadêmica, ou seja, universidades, institutos federais e demais institutos de pesquisa do país.

Enquanto a adesão ao novo protocolo não se populariza, a demanda por blocos IPv4 nas instituições acadêmicas continua constante, devido à navegação na internet ainda se dar, majoritariamente, pelo protocolo antigo. Como já não há endereços suficientes para atender à demanda – o número de endereços em IPv4 chega a no máximo 4,3 bilhões – a RNP estabelece que os pedidos de blocos IPv4 ao registro.br são limitados à uma quantidade de 1/22 a cada seis meses.

Nesse período de transição, uma solução que foi adotada é o uso de plataformas NAT (Network Address Translation), que proveem um serviço para conservação de endereços IP, ao permitir que vários usuários possam acessar à internet por meio de um endereço IP público. No entanto, o NAT traz uma série de problemas, como brechas para ataques cibernéticos, dificuldade para cumprir mandados judiciais e indisponibilidade da rede.

Para fomentar o uso do IPv6 no Brasil, já avançado na América do Norte e em alguns países da Europa, a RNP, que já disponibilizava o novo protocolo na espinha dorsal da rede acadêmica, se predispôs a fazer a configuração da rede de acesso da instituição usuária, cabendo ao administrador da rede local apenas a configuração no campus de sua instituição. “Essa ação garantirá que não haverá impeditivos técnicos na rede da RNP e conexões, no momento em que o cliente começar a usar o protocolo IPv6”, afirma a gerente de Operações da RNP, Janice Ribeiro.

Até o mês de agosto, o projeto de alocação de IPv6 da RNP configurou as redes de 407 instituições usuárias até a borda, ou seja, até o limite da gerência da rede acadêmica. Com isso, o volume de tráfego em IPv6 já tem apresentado um crescimento expressivo em relação ao ano anterior. Ao todo, as instituições acadêmicas de seis estados brasileiros já estão configuradas para suportar tráfego em IPv6 – Espírito Santo, Mato Grosso, Rondônia, Piauí, Minas Gerais e Sergipe.

Uma das instituições que realizou a configuração do IPv6 em sua rede foi o Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Agora, a próxima etapa é concluir a implementação em todos os campi da unidade de ensino. Para que os serviços de TI estejam adequados ao novo protocolo, os servidores técnicos do IFSP também receberão cursos de capacitação do NIC.br, entidade que administra o domínio .br.

Como a transição entre o IPv4 e o IPv6 precisa ser dada de forma gradual, e uma mesma instituição precisa trabalhar simultaneamente com os dois protocolos, a RNP também está desenvolvendo um documento de recomendações com base em um estudo feito na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que adotou uma técnica de tradução a partir do NAT 64. O software traduz os endereços IPv6 para IPv4 e vice-versa.

As universidades e institutos federais interessados em implementar IPv6 devem procurar os contatos técnicos de suas instituições ou o Ponto de Presença da RNP no seu estado. Podem ainda enviar um e-mail para registro@rnp.br.