Alunos Conectados: tecnologia viabilizando o acesso ao conhecimento
O que poderia representar uma interrupção do sonho de milhares de alunos das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) e instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica vinculadas ao Ministério da Educação (MEC) acabou se tornando uma renovação da esperança em um futuro melhor baseado na educação e na absorção de conhecimento. Assim podemos descrever o período mais caótico da pandemia para os estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica que ganharam acesso à internet, por meio de chips com pacotes de dados móveis, entregues pelo projeto Alunos Conectados, que será encerrado no dia 30/6 após atingir seus objetivos.
Além de possibilitar que os estudantes continuassem suas atividades acadêmicas remotamente, o projeto contribuiu para a democratização do acesso à educação, impulsionando a inclusão digital e diminuindo as desigualdades no acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), principalmente em áreas mais afastadas dos grandes centros, onde a oferta de internet ainda é incipiente.
Fundamental para a educação
A importância do Alunos Conectados foi endossada pelo resultado da pesquisa de satisfação promovida pela RNP, que ouviu os próprios alunos e seguiu os parâmetros da metodologia Net Promoter Score (NPS). Entre os 573 respondentes, 389 avaliaram com nota 9 ou 10 a atuação do projeto, sendo 10 a nota máxima. O projeto foi considerado "muito bom", dentro de uma escala que ia de “ruim” a “excelente”, com 57,59% de aprovação.
Outra evidência que reforça a relevância da iniciativa é o número de vezes em que ela teve sua prorrogação pedida pelas Secretarias de Educação Superior (Sesu/MEC). Confira na linha do tempo abaixo essa cronologia!
Os protagonistas
Foco da iniciativa, os alunos contemplados puderam usufruir dos benefícios que os chips de pacote de dados móveis proporcionam com o acesso à internet de maneira remota durante o isolamento social, no período em que as instituições de ensino permaneceram fechadas por conta da pandemia. Veja alguns depoimentos!
Falaram nas redes
O Alunos Conectados também foi assunto nas redes sociais e alguns estudantes contemplados deixaram seus comentários de agradecimento por terem tido a oportunidade do acesso à internet em um período tão complicado.
O papel da RNP
Fomentado pelo MEC, o projeto contou com a execução da RNP, desde à idealização do modelo de negócio e realização das chamadas para contratação dos fornecedores, até a logística de entrega dos chips para as Ifes e instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica em todo o país.
“A RNP aceitou o desafio de modelar e desenvolver com o MEC o projeto Alunos Conectados, em momento tão difícil para a educação superior pública e com a celeridade necessária visando garantir o acesso ao conteúdo para os estudantes espalhados pelo país que mais necessitavam, quando as instituições passaram para o ensino totalmente virtual. Após quase dois anos em execução, podemos avaliar que, além da economicidade gerada e escala de coberta do atendimento, o principal benefício diz respeito aos impactos positivos levados para os alunos nas mais distantes regiões do país, garantindo e democratizando o direito à educação pública de qualidade. Os aprendizados desse projeto também continuarão fomentando novas políticas públicas que beneficiarão o ecossistema de educação”, destaca o diretor de Serviços e Soluções da RNP, Antônio Carlos Fernandes Nunes.
Ao todo, a RNP foi responsável pela entrega de mais de 165 mil chips para 101 instituições espalhadas pelas 27 unidades federativas. Confira o número de chips por região!
Visão do MEC
Responsáveis pela condução do projeto, as Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC) e de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) conseguiram acompanhar de perto todo o processo de planejamento e execução e consideram a iniciativa uma referência para novas ações que venham a ser implementadas, por conta dos benefícios proporcionados aos alunos em um momento tão crítico.
“O cenário desafiador da deflagração da pandemia e o enfretamento das adversidades sanitárias e sociais necessitava de resposta imediata e solução inovadora, que foram consolidadas na experiência bem-sucedida do Alunos Conectados, com cerca de 170 mil alunos beneficiados, sendo 84 mil alunos de Universidades Federais. Neste sentido, foram indispensáveis os esforços das instituições de educação superior para a substituição das aulas presenciais pelas plataformas digitais e pelas metodologias de ensino a distância, bem como os esforços do MEC e da RNP ao proporcionar acesso e inclusão por meio do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) pelos estudantes das Universidades e Institutos Federais. O programa permitiu que os discentes pudessem acessar e desenvolver suas atividades acadêmicas remotamente, de forma a reduzir os impactos negativos oriundos do afastamento social provocado pela pandemia, minimizando a evasão, contribuindo para a inclusão socio-digital e para a manutenção da qualidade do ensino superior. Já em fase final, o Alunos Conectados apresenta-se como uma política pública importante, idealizada para superar os desafios do presente e do futuro, ao promover a educação superior democrática e inclusiva no contexto brasileiro”, ressalta o secretário de Educação Superior (Sesu), Wagner Vilas Boas de Souza.
O secretário de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), Tomás Dias Sant’Ana, também destaca o importante impulso na democratização do acesso à informação promovido pelo projeto durante os quase dois de execução.
“Encerraremos o projeto Alunos Conectados com a certeza de que que foi uma ação de extrema relevância, que cumpriu seu propósito ao contribuir com o acesso, permanência e êxito de nossos estudantes nesse período de inúmeros desafios, que foi a pandemia. Uma das prioridades do MEC foi manter as atividades de ensino, e dentre as necessidades identificadas, trabalhamos para garantir o acesso à internet, em especial para os estudantes em situação de vulnerabilidade social. Nesse sentido, mais de 81 mil chips foram distribuídos para atender aos alunos da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT). Assim, entendemos que, mais do que permitir a continuidade das atividades acadêmicas de forma remota, o projeto contribuiu diretamente para democratizar o acesso à educação, promovendo a inclusão digital por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). O fato gerador desse projeto se encerra aqui diante do retorno às atividades presenciais. No entanto, ciente de que a demanda de conectividade permanece para além da pandemia, o MEC avaliará novas possibilidades para apoiar essa e outras demandas que envolvem as instituições”.
Sustentável do início ao fim
Desde o início, a essência do Alunos Conectados foi renovar o sonho de milhares de alunos que enfrentavam grandes dificuldades ou simplesmente não tinham a possibilidade de acompanhar, remotamente, as atividades acadêmicas durante o período mais agudo da pandemia. E ela será mantida até o desfecho do projeto.
A RNP está apoiando as instituições no processo de devolução dos chips não retirados pelos alunos em suas instituições e que estão em posse das mesmas, em uma ação sustentável que prevê o encaminhamento dos chips que seriam descartados para a reciclagem.
Semente que já germinou
A experiência adquirida pela RNP em todo o complexo processo de execução do projeto já está gerando frutos que serão colhidos, desta vez, pelos alunos do ensino básico do país. A organização foi convocada pelo Ministério das Comunicações (MCom) para executar o Programa Internet Brasil.
A iniciativa, instituída por decreto presidencial e que foi sancionada como lei 14.351/2022 no fim de maio, vai entregar, gratuitamente, chips de banda larga móvel para milhares de alunos da educação básica da rede pública de ensino cadastrados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
“A oportunidade de conduzir o projeto Alunos Conectados possibilitou à RNP tanto exercer a sua missão de apoiar a educação e pesquisa em um momento crítico (durante a pandemia), utilizando a tecnologia para aproximar as pessoas mesmo mantendo o distanciamento, como provocar internamente a aprendizagem de expandir a presença utilizando o Serviço Móvel Pessoal (SMP). Isso trouxe um knowhow para a organização que ajuda, agora, a construir o Projeto Internet Brasil”, afirma o gerente de Soluções, Hélder Vitorino, responsável pelas duas iniciativas na RNP.
Parte integrante do Programa Internet Brasil do MCom, o Projeto Internet Brasil será implementado de maneira gradual pela RNP, sendo a primeira fase a Prova de Conceito (no inglês, PoC) para até 10.000 estudantes, que pretende distribuir chips com serviço de dados (internet) em seis municípios do Nordeste. É importante destacar que serão utilizados eSIM Cards, o que possibilita a troca remota de operadora sem necessidade de distribuir novos chips.