A RNP participou nos dias 29 e 30 de outubro, do evento Brasil Ciberseguro 2025: Construindo um Futuro Digital Confiável, promovido pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) na Escola Superior de Defesa, em Brasília-DF. O encontro reuniu especialistas nacionais e internacionais para debater os eixos temáticos da nova Estratégia Nacional de Cibersegurança (E-Ciber), com foco na necessidade urgente de educar a população para os riscos do ambiente digital.
O painel sobre Cibereducação e letramento em ciber-riscos, que integrou o Eixo 1 da E-Ciber – “Proteção e Conscientização do Cidadão e da Sociedade” –, ocorreu no segundo dia do evento e cumpriu o objetivo de discutir as grandes barreiras enfrentadas pela sociedade para compreender as ameaças da vida digital. A cibersegurança, cada vez mais entranhada no cotidiano, exige que o cidadão vá além do letramento digital básico, desenvolvendo uma consciência crítica sobre os perigos inerentes à tecnologia.
Representando a RNP, o Diretor Adjunto de Cibersegurança, Emílio Nakamura, destacou a necessidade de ações estratégicas para conscientização em larga escala. “Como a gente consegue reduzir riscos? Por meio de ações estratégicas que no fundo vão habilitar a inovação e promover a melhora do nível de segurança com ações preventivas e com compromissos locais e globais”, afirma.
Nakamura também apontou a importância do Programa Hackers do Bem, uma iniciativa que foca em capacitar profissionais e construir um hub nacional de cibersegurança, servindo como um exemplo prático da necessidade de transformar a defesa cibernética em uma pauta educacional e acessível. “A formação de profissionais é um dos pilares para a gente tratar a cibersegurança a nível nacional, mas nós temos também a questão da sociedade, pois a segurança cibernética tem um aspecto económico e social. Tendo isso em vista o Hackers do Bem também busca disseminar uma cultura de cibersegurança que contribui para a educação de cidadãos digitais conscientes”, destaca.
A discussão contou com a moderação de Danielle Ayres, Diretora do departamento de Segurança da Informação do Gabinete de Segurança Institucional (SSIC/GSI/PR), e a participação de referências como Thaís Vasconcelos Batista, Presidente da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), e Raul Amarelle Valera, Gerente de Operações do Instituto Nacional de Cibersegurança (INCIBE) da Espanha.
Thaís Batista trouxe a perspectiva sobre os principais desafios e oportunidades para transformar a cibersegurança em um valor social e cultural. “A SBC entende que o letramento em ciber-riscos deve ser integrado ao currículo desde cedo, com educação digital contínua, do ensino básico até a maturidade, pois é uma responsabilidade coletiva garantir que a próxima geração esteja preparada para os desafios de um mundo hiperconectado”, afirma.
O especialista espanhol Raul Amarelle Valera compartilhou sua visão quanto à similaridade das discussões sobre cibersegurança das quais participa, tanto na Europa quanto em outros lugares do mundo. ” Todos os tópicos e temas que são tratados na Espanha são trados aqui no Brasil também. A preocupação, os problemas e as temáticas são iguais independente do país onde estamos e isso significa que no mundo global e multicultural como o que vivemos, as soluções têm que ser comuns e o trabalho conjunto”, ressalta.
O painel consolidou a visão de que a segurança digital depende de um esforço coordenado entre governo, academia e sociedade civil, com a educação como ferramenta primária. As discussões geraram propostas concretas para fortalecer a capacidade do Brasil de construir um ambiente digital verdadeiramente confiável, alinhado com os objetivos da E-Ciber, para os participantes que contaram com tradução simultânea (inglês e espanhol).
Além disso, no primeiro dia do evento, foi realizada a assinatura de um acordo de cooperação entre o GSI e a RNP. Os compromissos firmados representam um marco na consolidação de parcerias estratégicas voltadas à resiliência digital e à proteção das infraestruturas críticas brasileiras.