Na última segunda-feira (23/6), foram divulgadas as primeiras imagens feitas pelo Observatório Vera C. Rubin, que abriga um “supertelescópio” localizado no cume da montanha Cerro Pachón, no deserto do Atacama, a cerca de 565 km ao norte de Santiago, no Chile. A instalação possui a maior câmera digital do mundo. Com cerca 3.200 megapixels, ela tem o tamanho de um carro, pesa mais de três toneladas e, a partir de agora, será responsável por fornecer o maior e mais completo “mapa do céu”. As imagens podem ser vistas no site do Observatório.
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) sediou a edição brasileira do evento internacional “Rubin First Look”, que foi realizado simultaneamente em vários países para celebrar o início das operações científicas do projeto Levantamento de Legado do Espaço e do Tempo (LSST, na sigla em inglês). O evento contou com transmissões internacionais — incluindo uma visita ao telescópio no Chile e a cerimônia oficial em Washington (DC) — e foi complementado por atividades locais organizadas no Brasil.
O diretor adjunto de Serviços de Experimentação e e-Ciência, Leandro Ciuffo, participou do evento representando a RNP. O diretor-adjunto relembrou a assinatura do Memorando de Entendimento, realizada em setembro de 2015, entre a RNP, o Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA), o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), a Academic Network at São Paulo (ANSP). O acordo previa investimentos em conexões de fibra óptica, ampliando a ligação entre a América do Sul e a América do Norte.
“Além de prover parte da conectividade necessária para a transmissão do Chile para os EUA, a RNP tem apoiado o LineA na área de gestão de identidades, com o objetivo de garantir que pesquisadores de diferentes instituições possam acessar, de forma segura, os recursos computacionais e as plataformas de software operadas pelo laboratório”, informou Ciuffo.
Nesse contexto, a RNP realizou um investimento para aumentar a capacidade para 100Gbps do link que chegava a Porto Alegre devido à demanda desse projeto, para que, a partir de Porto Alegre até Santiago, siga em 100Gbps do Projeto BELLA-T, resultado da parceria com RedCLARA.
O Observatório Vera C. Rubin é fruto de uma parceria entre a Fundação Nacional de Ciência dos EUA (NSF), o Departamento de Energia (DOE) e instituições de vários países. A coordenação da iniciativa no Brasil está sendo conduzida pelo Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA), sob a liderança do Prof. Luiz Nicolaci da Costa. O LIneA desempenha papel central na participação brasileira no LSST por meio de sua contribuição in-kind, que viabilizou a criação do Independent Data Access Center (IDAC-Brasil) e garantiu acesso exclusivo a 120 pesquisadores brasileiros aos dados científicos do projeto.
Confira a transmissão do evento Rubin First Look Brasil no YouTube: