RUTE apoia avanço da saúde digital nos hospitais universitários, de ensino e faculdades de saúde
Coordenada pela RNP, a Rede Universitária de Telemedicina aproxima profissionais espalhados pelo país
Com o aumento da demanda por soluções médicas eficientes e acessíveis à população, a telemedicina se tornou um importante elemento da saúde moderna. No Brasil, a RUTE (Rede Universitária de Telemedicina), coordenada pela RNP, é uma das principais iniciativas para aprimorar a infraestrutura de saúde digital em hospitais universitários, de ensino e faculdades de saúde.
Com 18 anos de existência, a RUTE é composta por núcleos de telemedicina e telessaúde em hospitais universitários, de ensino, faculdades de medicina e outras unidades de saúde por todo o Brasil. Por meio dos Grupos de Interesse Especial (SIGs - Special Interest Groups), profissionais, professores, residentes e estudantes podem se reunir para debates, discussões de caso, aulas, pesquisas e avaliações à distância em diferentes especialidades e subespecialidades da saúde. Esses encontros acontecem mensalmente, são em média 2 a 3 sessões diárias em www.rute.rnp.br .
Um dos principais benefícios é permitir que médicos e profissionais da saúde de regiões mais afastadas dos grandes centros tenham acesso a especialistas e a ambientes de troca de ideias. Os pacientes também são beneficiados, já que a rede permite a discussão de diagnósticos à distância e facilita pedidos de segunda opinião.
“A RUTE é uma rede de colaboração. Todos os dias, temos sessões de discussões de casos com especialistas de 140 hospitais universitários e de faculdades de saúde e a maioria dessas sessões é aberta. Todo aluno, todo residente e todo profissional de saúde pode participar”, explica Luiz Ary Messina, gerente de relacionamento em saúde na RNP e coordenador nacional da RUTE.
O início
Desde sua criação, a RUTE cresceu rapidamente, integrando novas instituições e promovendo a criação de núcleos de telemedicina em todo o Brasil, até chegar ao que é hoje. Atualmente, a rede conta com 37 SIGs ativos que debatem temas variados, como educação odontológica, economia da saúde, nutrição clínica, entre outros.
A origem da RUTE remonta a 2004, quando o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) idealizou uma rede brasileira de telemedicina para modernizar a saúde no país. Na época, Messina, que teve um papel essencial na criação e no desenvolvimento da rede, coordenava um projeto de medicina à distância pelo Programa @lis com entre a União Europeia e a América Latina e foi consultado sobre o potencial da iniciativa. O convite da RNP para coordenar a iniciativa veio em 2005.
“Após retornar da Alemanha, percebi que os hospitais estavam defasados em programas de gestão hospitalar. Comecei a desenvolver um sistema integrado de gestão que deu muito certo. Com isso, tive que entender como era a prática da gestão hospitalar”, contou o coordenador nacional da RUTE durante sua participação em webinário promovido pela Liga Acadêmica de Saúde Digital, da Universidade Federal do Piauí.
Outro fato importante para o avanço da telemedicina no país foi a pandemia de Covid-19. Com o isolamento social, gestores e profissionais de saúde que tinham alguma resistência a essa prática tiveram que se adaptar ao novo cenário.
“Muitos profissionais da saúde não queriam aceitar a telemedicina e a telessaúde”, aponta Messina. “Com a pandemia, ficou consolidado que a telemedicina é algo definitivo e que veio para ficar. O mundo inteiro teve que se adequar a essa nova prática à distância”, completa.
Com o objetivo de estimular estudos que promovam transformações na área, o MCTI lançou em 2021 o Programa Prioritário de Interesse Nacional em Saúde Digital (PPI-SD). Sob coordenação da RNP, o programa visa o desenvolvimento de projetos de pesquisa em em saúde digital.
“O recurso do PPI-SD vem de empresas por meio da Lei de Informática e será aplicado em projetos de pesquisa em saúde digital. Esperamos iniciar, no segundo semestre, este grande programa, que incluirá unidades RUTE”, destaca Messina.