No bate-papo de Engenharia, realizado no segundo dia do 20º SCI (21/10), foram apresentados os novos enlaces, projetos e serviços da área que cuida da infraestrutura de redes da RNP.
A gerente de Engenharia de Redes, Cybelle Suemi Oda, citou alguns dos enlaces e aprimoramentos de circuito programados para 2014 e 2015. “Está previsto, para fim do ano, um enlace de 10 Gb/s para Tocantins; upgrades nos trechos Macapá-Belém de 68 Mb/s para 220 Mb/s, Boa Vista-Fortaleza de 140 Mb/s para 200 Mb/s; além do novo enlace de backup para o Acre, de 155 Mb/s”, listou. “Como novidades, temos a parceria estabelecida entre a RNP e os provedores de telecomunicações, para prover redundância mútua”, completou.
Com relação às conexões internacionais, Cybelle adiantou os planos do próximo ano, mostrando um cenário que ela classificou como “ousado”. “O que prevemos para 2015? Um upgrade de enlace de Boa Vista a Manaus de 100 Mb/s para 1 Gb/s, um novo cabo submarino entre Lisboa e Fortaleza, outros entre Luanda e Fortaleza e Fortaleza e Santos”, revelou a gerente, que explicou que a localização geográfica da capital cearense a transforma em um ponto estratégico para as saídas internacionais da rede Ipê.
Na sequência, o analista de Engenharia de Redes, Fábio Okamura, falou sobre o Serviço de Transporte de Camada 2 (STC2), desenvolvido pela sua área, que visa estabelecer VLANs ponto a ponto ou multiponto entre os Pontos de Presença (PoPs) da RNP, conectando clientes ou demandas internas da organização.
De acordo com o especialista, o escopo do STC2 se restringe a configurações de VLANs de média a longa duração (com mais de seis meses) e as instituições usuárias qualificadas devem estar conectadas aos respectivos Pontos de Presença (PoPs) via enlace Ethernet.
“Precisávamos de uma forma de normatizar esse estabelecimento de circuitos. Esse serviço vai ser como circuito de operadora. Agora, temos um enlace. Precisamos prover um SLA (do inglês, Service Level Agreement), um nível de operação. O intuito disso é criar um serviço funcional”, detalhou Okamura, que ratificou: “os circuitos não podem interferir no tráfego de clientes. Não vai haver reserva de banda, apenas limitação de banda máxima que poderá ser aprovisionada”.
Por fim, o analista de Engenharia de Redes, Rodrygo Córdova, apresentou o projeto de otimização WAN, que foca nas redes satelitais que impactam na experiência dos usuários. Ele mostrou uma prova de conceito realizada no Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, que desenvolve atividades de pesquisa, manejo e assessoria técnica nas áreas das Reservas Mamirauá e Amanã, na região do Médio Solimões, Estado do Amazonas.
“A comunicação entre o local e o PoP é realizada por satélite, onde a conexão está saturada. A maior parte dos protocolos da instituição é HTTP, que roda em cima de TCP, o qual sofre grande degradação devido a perda, latência e quantidade reduzida de conexões que podem ser estabelecidas pelo enlace satelital. Antes de realizar a otimização, pudemos observar que o instituto suportava uma média de conexões, a qual conseguimos quase dobrar”, relatou Rodrygo.
Como alguns dos resultados do projeto, ele citou a banda otimizada e a redução da quantidade de dados jogado na WAN. “35% do tráfego foi otimizado, com aumento de 56% da capacidade HTTP. Passamos de 2.500 para 4.250 conexões totais, com redução da latência e da perda na aplicação, aumentando a experiência do usuário”, destacou ele, comprovando que o aumento da banda não é a única variável a ser analisada para aprimorar a navegação na internet.