A escassez de blocos IPv4 na internet é uma realidade para provedores de acesso e de conteúdo, como também para usuários de internet. As entidades de registro, responsáveis pelas alocações em suas respectivas regiões, têm adotado medidas que visam prolongar a vida útil do IP versão 4. Confira no artigo de Guilherme Ladvocat*.
Em fevereiro de 2017, o NIC.br anunciou o início da última fase da “terminação gradual” do estoque de endereços IPv4 para a região da América Latina. A partir de então, Sistemas Autônomos existentes não poderão solicitar blocos IPv4 adicionais à entidade de registro.
Em consequência disto, a RNP atualizou sua política de alocação de blocos IPv4, limitando pedidos a um período mínimo de seis meses e a um tamanho máximo de 128 hosts 25 , após justificativa iminente. Essa medida foi tomada visando estender a vida útil do protocolo IPv4 na rede acadêmica brasileira.
Em consonância com a escassez de endereços IPv4, a Gerência de Operações da RNP tem trabalhado em ações de disseminação do protocolo IPv6. Entre 2016 e 2017, 783 instituições clientes foram contempladas por um projeto que consistiu em alocar proativamente blocos IPv6 e roteá-los até os roteadores de borda dessas instituições.
Segurança na implantação do protocolo IPv6
É aconselhável a configuração de RA guard na camada de acesso, prevenindo ataques “man in the middle”. Atenção também para não quebrar o Path MTU discovery. Configurações de endereços ULA e filtros a pacotes ICMPv6 podem quebrar o envio de mensagens “packet too big”. Isto torna-se crítico especialmente em IPv6, pois só é possível a fragmentação de pacotes na origem.
Uma boa prática é criar um plano de endereçamento estruturado, trivial para a implantação do protocolo, prevenindo retrabalho numa migração futura. No mais, as
mesmas preocupações acerca de controle de acesso e uso de protocolos podem ser transportadas do IPv4 para IPv6.
*Guilherme Ladvocat é analista de Operações da RNP.
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