Países de língua portuguesa publicam artigo para formação de profissionais em combate ao câncer de colo de útero

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O câncer de colo de útero é uma das doenças que mais mata mulheres no mundo. Segundo relatório publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que reporta a situação do câncer de colo do útero em vários países, em 2020, mais de 500 mil mulheres foram diagnosticadas com ele e quase 342 mil morreram, a maioria em países pobres. No entanto, esta é uma doença que pode ser evitada com exames e tratamentos acessíveis e eficientes.

A área da medicina que capacita profissionais técnicos para a detecção precoce do câncer de colo de útero se chama citotecnologia. Para que o Brasil e os demais países que compõem a Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP) possam oferecer esse serviço com qualidade à população, foi criado o (Special Interest Group SIG) Grupo de Interesse Especial em Citotecnologia, no âmbito do Grupo de Trabalho Permanente de Telemedicina e Telessaúde da CPLP.

Dentro desse Grupo de Trabalho, a cooperação entre o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e a Escola Superior de Tecnologia de Lisboa resultou no artigo científico “Perfil de competências para formação em citotecnologia”, publicado no suplemento da Revista Saúde & Tecnologia, no link: https://journals.ipl.pt/stecnologia/article/view/609.

Segundo a pesquisadora Simone Maia Evaristo, da Seção Integrada de Citopatologia do Inca, em alguns países faltam profissionais qualificados para prestar esse serviço à população e, em outros, não há material didático para a atualização e formação desses profissionais. Logo, o artigo em cooperação com Portugal torna-se um marco para políticas públicas de combate ao câncer de colo de útero.

“O artigo foi elaborado com intuito de facilitar a cooperação entre os países de língua portuguesa tanto na formação e atualização, como na construção de material didático em português que é escasso”, declara a especialista.  “Outra contribuição muito importante desse trabalho é o reforço da força de trabalho qualificada para alcançar as metas da OMS em eliminar o câncer de colo de útero até 2030”, reforça.

O SIG Citotecnologia faz parte da Rede Universitária de Telemedicina (RUTE), rede colaborativa em saúde coordenada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). O Grupo se reúne uma vez por mês desde abril de 2022 por videoconferência e é formado, além do Inca e da Escola Superior de Tecnologia de Lisboa, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO), entre outros institutos de Guiné Bissau, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.