O Brasil é um país de proporções continentais. Desde os campos dos Pampas gaúchos até a maior floresta tropical úmida do planeta — Floresta Amazônica — tem área de 8,5 milhões km², ocupa quase a metade da América do Sul e abarca diversas zonas climáticas. Tais dimensões levam a grandes variações ecológicas e formam a maior biodiversidade do mundo. Contudo, grande parte dessa riqueza em fauna e flora ainda é desconhecida. Para contribuir na organização do conhecimento sobre os ecossistemas do país foi lançado, em Brasília, o Atlas SiBBr, nova plataforma do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). A plataforma já pode ser acessada em: sibbr.gov.br.
A iniciativa da Secretaria de Políticas para Formação e Ações Estratégicas (Sefae) do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), com apoio financeiro do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), tem o principal objetivo de implementar uma infraestrutura nacional de dados e informações sobre a biodiversidade que possa subsidiar políticas públicas, apoiar ações de conservação e de uso sustentável, bem como promover o conhecimento sobre a biodiversidade brasileira.
A execução dos serviços de customização e implementação dos módulos do Atlas SiBBr é de responsabilidade da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e a ferramenta, que foi desenvolvida pela Austrália, já funciona em outros países para integração e disponibilização de dados de biodiversidade. Para o diretor-geral da RNP, Nelson Simões, o Atlas SiBBr é parte de um plano da promoção da educação, ciência e inovação brasileira. “Em nossa visão, essa plataforma oferece informações valiosas. É a reunião de instituições, dados e coleções em um ambiente digital, disponíveis não só para a educação, mas também para gerar valor, novas possibilidades e novos empreendimentos” comemorou.
Segundo o Secretário de Políticas para Formação e Áreas Estratégicas, Marcelo Morales, o SiBBr torna-se uma ferramenta essencial nas pesquisas acadêmicas e na gestão ambiental ao disponibilizar um amplo conjunto de dados das espécies brasileiras e possibilita cruzamentos diversos com estudos especializados. “É um marco para ciência do Brasil e para a bioeconomia. Disponibilizar esses dados é fundamental, não só para desenvolver economicamente o país —baseado na sustentabilidade dos nossos recursos — mas também para a preservação. A partir de uma construção coletiva, conseguimos chegar em um ótimo resultado”, destacou.
Já a representante da ONU Meio Ambiente Brasil, Denise Hamú, acredita que o projeto é uma forma de mostrar a contribuição da ciência ao combate de cenários de degradações ambientais. “Nós compreendemos a importância e dimensões desse projeto por reunir em um único local todas essas informações fundamentais para o desenvolvimento de políticas públicas, tomadas de decisão, formação e transparência. Ainda estamos no começo, mas já conseguimos desenvolver uma plataforma robusta que abrigará toda essa produção nacional”, analisou.