Projeto BELLA beneficiará intercâmbio de dados do telescópio CTA, no Chile

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A conectividade pode ser um grande obstáculo para projetos globais que envolvem pesquisa colaborativa entre cientistas localizados em diversas partes do mundo. Pensando nisso, a RNP, que está conectada a outras redes acadêmicas internacionais, e a RedCLARA, que desenvolve e opera uma rede regional para a América Latina, fazem parte do projeto BELLA (Building European Link with Latin America), que se dedica à construção de uma conexão direta entre a América Latina e a Europa.

Graças a essa iniciativa, será possível atender as demandas de infraestrutura e as necessidades de transmissão de dados do Cherenkov Telescope Array (CTA), o maior e mais sensível observatório terrestre do mundo para astronomia de raios gama em energias muito altas.

Com mais de 100 telescópios localizados em dois observatórios nos hemisférios norte e sul – no Observatório Roque de los Muchachos, na ilha de La Palma (Canárias, Espanha) e próximo do Observatório do Paranal (Chile) – e gerenciamento de dados armazenados em outras localidades na Europa, o CTA possui requisitos de grandes transferências de dados.

No Chile, a base do CTA está localizada a menos de 10 km ao sudeste do Observatório do Paranal do Observatório Sulino da Europa (ESO), no Deserto de Atacama, que é considerado uma das regiões mais secas e isoladas do planeta. Com isso, a utilização de redes avançadas na América Latina e na Europa desempenham um papel fundamental para facilitar o compartilhamento de dados e os requisitos de transferência do CTA. 

O CTA é o primeiro observatório desse tipo no mundo, e será acessível às comunidades globais de astronomia e de física de partículas, abordando alguns dos maiores mistérios da astrofísica, detectando raios gama com uma sensibilidade sem precedentes e expandindo o catálogo de fontes cósmicas em dez vezes.

A conectividade provida para conectar para o CTA Sul está sendo construída pelo Programa BELLA, financiado conjuntamente pela União Europeia e por redes acadêmicas na América do Sul. Ela consiste de uma conexão terrestre, atravessando o Chile, Argentina e Brasil, para alcançar Fortaleza no Ceará, sendo a maior parte operada pela Rede Clara. A partir de Fortaleza o tráfego usará o cabo submarino Ellalink, que liga Fortaleza a Sines, Portugal. Dessa forma, os dados chegam até a rede acadêmica europeia, a GÉANT, por meio de Lisboa e Madri, de onde seguem para Alemanha. Essa cadeia ponta a ponta mais do que atenderá às necessidades de transferência de dados do CTA entre os dois continentes.

Na Alemanha, os dados dos dois observatórios CTA serão recebidos e devidamente gerenciados no Science Data Management Center (SDMC) em Berlin-Zeuthen, conectado à rede nacional de pesquisa e educação alemã, DFN. Finalmente, os dados serão disponibilizados aos pesquisadores, onde quer que estejam, por meio de redes avançadas em todo o mundo.

“Resolver os desafios da conectividade e do uso de instrumentos mais sensíveis é de extrema importância para munir à comunidade global de pesquisadores com informações relevantes, como é o caso do CTA. A partir da grande capacidade e conectividade fornecidas por redes acadêmicas, o maior volume de dados colhidos pelos telescópios mais sensíveis chegará para sua análise a pesquisadores de astronomia e física ao redor do mundo., Entre outros resultados, espera-se expandir o catálogo de fontes de raios cósmicos em pelo menos dez vezes, um grande avanço para os estudiosos”, comenta Michael Stanton, cientista de redes da RNP.

Sobre o projeto BELLA

O Programa BELLA atende às necessidades de interconectividade de longo prazo das comunidades de pesquisa e educação europeias e latino-americanas, alcançadas por meio de dois projetos: BELLA-S, que garante direitos de espectro no cabo submarino EllaLink e garante requisitos de conectividade “à prova de futuro”; e BELLA-T, que prevê a conclusão da conectividade de fibra para as redes avançadas latinoamericanas – trazendo a tão necessária conectividade de alta velocidade e igualdade de acesso para as comunidades de pesquisa e educação em todo o continente.

Fonte: Projeto BELLA