Projeto usa tecnologia 5G para conectar escola rural em Minas Gerais

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Criar soluções práticas para o acesso à internet em áreas remotas e rurais. Esse é o objetivo do projeto 5G-Range, beneficiado pela Cooperação Brasil-União Europeia em TIC. A iniciativa reúne parceiros no Brasil, Espanha, Finlândia e Alemanha e, por aqui, já começar a ser testado. O Inatel, um dos integrantes do projeto, desenvolveu algumas soluções que estão permitindo levar internet a uma escola rural de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais. A instituição recebeu uma horta inteligente, cuja irrigação pode ser controlada por meio de um aplicativo de celular, que também mostra dados relacionados à umidade do solo para acompanhamento da evolução das hortaliças.

Tudo isso começou no início de 2019, quando os alunos da Escola Municipal Mariquinha Capistrano passaram a ter acesso à internet proporcionado pelas pesquisas desse projeto. Isso tem permitido aos alunos retomarem as aulas de informática, que haviam parado por falta de infraestrutura na localidade. “Ficamos muito surpresos quando o Inatel nos escolheu para testar a tecnologia desenvolvida para o 5G aqui. Tínhamos os computadores, mas não tínhamos sinal de internet. As crianças que estudam na escola são de famílias muito humildes e não têm acesso em casa. Com a internet, eles descobriram outro mundo, outra realidade. Isso tem ajudado muito no desenvolvimento deles”, conta a coordenadora pedagógica da escola, Mônica Rosário.

Pesquisadores do Brasil e do exterior avaliam o projeto 5G Range

Em maio, pesquisadores do Brasil e do exterior estiveram na sede da Inatel para avaliar o 5G-Range. Eles tiveram a oportunidade de conhecer os resultados das pesquisas que têm sido realizadas no âmbito do projeto, além de, pela primeira vez, verem as pesquisas sendo colocada em prática.

O projeto, que teve início em dezembro de 2017, já havia passado por uma revisão no seu plano de negócios e, segundo o professor do Inatel, Luciano Leonel Mendes, houve uma evolução também na parte técnica do projeto nos últimos meses. “Evoluímos com o transceptor para redes 5G, incorporando uma série de novas funcionalidades que culminaram na demonstração que fizemos na escola. Os próximos passos são adicionar a cognição ao rádio, ou seja, a inteligência para que ele ajuste os parâmetros de forma autônoma, sem a necessidade de um operador; criar mais acessos, para que mais de um terminal possa se conectar à rede ao mesmo tempo e incluir o cenário de IoT, em grande escala”, destacou Mendes.

Para a professora da Universidade de Brasília, Priscila Solís Barreto, coordenadora do projeto 5G-Range do lado brasileiro, as demonstrações permitiram aos participantes entender o impacto do projeto e foi um elemento de motivação para todos. “A partir do momento em que você leva o acesso à internet para as áreas rurais, você abre um mundo de possibilidades. A gente viu aqui um exemplo de impacto na educação, que talvez seja o mais importante, permitindo levar um mundo novo a crianças e adolescentes. Por outro lado, há outras inúmeras aplicações possíveis, como na agricultura inteligente, na assistência à saúde remota, uma série de coisas que vão permitir a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, afirmou.

Na avaliação do professor da Universidade Carlos III de Madrid, Marcelo Bagnulo, coordenador do projeto do lado europeu, a apresentação deixou claro de que se trata de um projeto de muito êxito. “Os revisores, tanto brasileiros quanto europeus, pareceram muito contentes com os resultados e impressionados com a tecnologia que estamos desenvolvendo, como a que pode ser vista na escola rural”, destacou.

Saiba mais sobre o projeto: https://www.rnp.br/destaques/projeto-leva-internet-e-desenvolvimento-as-zonas-rurais

Fonte: Inatel

Fotos: Inatel