No último dia 5/6, foi inaugurada a Rede Rio Metropolitana, uma realização do Programa Redecomep, executada pela RNP com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A iniciativa dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC) integrou-se à Rede Rio graças à parceria com o Governo do Estado e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e, posteriormente, com os demais parceiros: Prefeitura da Cidade do Rio, Metrô Rio, Supervia, Linha Amarela S.A. (Lamsa) e Light.
A cerimônia foi realizada no Auditório Pedro Calmon, no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a presença de mais de 200 pessoas, a saber: diretores da RNP, secretários de Ciência e Tecnologia do Estado e da Prefeitura do Rio, representantes do Governo Federal e do Estado do Rio, da Prefeitura da Cidade e das instituições participantes da rede, entre elas, as que compõem o anel central da Rede Rio Metropolitana, ou seja, o Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio (Cefet-RJ), as Universidades Estadual (Uerj) e Federal (UFRJ) do Rio de Janeiro, a Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Centro de Tecnologia da Informação e da Comunicação do Estado do Rio (Proderj), o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e a Empresa Municipal de Informática do Rio (Iplan Rio).
Implantada pelo projeto Redecomep-Rio, a Rede Rio Metropolitana conecta 51 instituições na cidade, através de 85 pontos e campi universitários. A extensão da rede atinge cerca de 305 km de fibras ópticas em seis anéis, ramais e derivações, que serão usados pela comunidade acadêmica do Rio de Janeiro para apoiar as atividades de educação, pesquisa e desenvolvimento.
O diretor de Serviços e Soluções, José Luiz Ribeiro Filho, explica a importância e a complexidade da rede.
– Por que a Rede Rio Metropolitana levou mais tempo para ser implantada?
A Rede Rio Metropolitana é a maior rede acadêmica construída em área metropolitana na América Latina. O número de instituições e pontos conectados, com velocidade de múltiplos gigabits e capacidade para atingir até 1.9 Tb/s em uma cidade complexa como o Rio de Janeiro demandou cerca de sete anos para a conclusão do projeto. Além disso, a articulação das parcerias estratégicas para uso dos direitos de passagem dos cabos ópticos e as licenças para as obras na cidade também consumiram parte significativa desse tempo.
– Quais foram os desafios encontrados para a implantação da rede?
Foram muitos. O primeiro deles foi a construção das parcerias necessárias para a implantação do projeto. Além das principais, com a Rede Rio e a Faperj, e a Prefeitura, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia e o IPlan Rio, diferente das outras redes, no Rio, foram necessárias parcerias com três empresas para o uso do direito de passagem dos cabos ópticos: o Metrô Rio, que possibilitou a implantação do anel central da rede; a Supervia, que permitiu levar a rede até os bairros mais distantes da Zona Norte; e a Lamsa, que permitiu a chegada da rede até a Zona Oeste. O segundo desafio foi a concepção da arquitetura da rede para conectar o maior número possível de instituições acadêmicas, através de uma topologia em anéis para garantir maior disponibilidade. A solução encontrada inclui dupla abordagem dos cabos ópticos às instituições e um esquema complexo de roteamento entre os anéis da rede. Por fim, a construção da rede propriamente dita, com autorização das obras nas vias públicas da cidade até o lançamento dos cabos ópticos nas galerias do Metrô Rio, no leito da Supervia e nos dutos da Lamsa. Em todos esses lugares, o trabalho só podia ser feito de madrugada, durante duas ou três horas. Também houve cancelamentos e atrasos. Em 2012, com as diversas obras na cidade, por conta da Copa do Mundo e das Olimpíadas, os cabos ópticos sofreram danos e tiveram que ser trocados, prolongando a conclusão do projeto e aumentando o custo.
– Quando foi concluída a primeira fase da Rede Rio Metropolitana?
Em janeiro de 2014. Nessa fase, a construção da rede atingiu uma extensão de 284 km de cabos ópticos, que conectam 76 instituições a 1 Gb/s.
– E a segunda fase?
A segunda fase, finalizada em maio, contemplou a recuperação do cabo óptico de todo o trecho lançado na Supervia; a implantação de quatro pontos finais para a Prefeitura/IplanRio, os circuitos na região da Barra da Tijuca, para atender a Farmanguinhos e o Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), e na estação de metrô de Maria da Graça, para chegar ao Cefet; o fechamento do anel do backbone na Linha Vermelha; e, finalmente, os testes e a inspeção final.
– Qual foi o investimento da Rede Rio Metropolitana?
Foram investidos mais de R$ 22 milhões, grande parte proveniente de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT/Finep), executados pela RNP. A Faperj, pioneira no Rio na implantação de uma rede acadêmica e governamental de âmbito estadual, a Rede Rio, aportou cerca de R$ 8 milhões nos equipamentos de alta velocidade. Os ministérios da Educação, Cultura e Saúde também contribuíram com recursos, para viabilizar a conexão de suas instituições à rede.
– As instituições se interligam a pelo menos 1 Gb/s em fibra óptica dedicada?
Sim, a partir de um backbone em anel a 10 Gb/s, composto por nove pontos de presença e tecnologia DWDM (Multiplexação Densa por Divisão de Comprimento de Onda), derivam-se os outros cinco anéis e radiais e acessos da rede, onde a velocidade mínima é de 1Gb/s. Vale ressaltar que os equipamentos DWDM do backbone podem ser ampliados com múltiplos módulos de 10 Gb/s, 40 Gb/s e, futuramente, até 100 Gb/s.
– Qual o objetivo do programa Redecomep?
Implementar redes de alta velocidade nas regiões metropolitanas do país, viabilizando projetos de pesquisa, desenvolvimento e aplicações inovadoras nas instituições participantes, como, por exemplo, telemedicina, supercomputação em grid, transferência de grandes massas de dados, computação em nuvem, videoconferências em alta definição, etc. O modelo adotado baseia-se na implantação de uma infraestrutura própria de fibras ópticas dedicadas para as instituições de pesquisa e educação superior e na formação de consórcios entre as instituições participantes, para viabilizar a sua gestão e autossustentação. A grande vantagem da Redecomep é a possiblidade de utilização de serviços avançados de comunicação e colaboração com custos reduzidos e independentes da capacidade da rede.
– Quantas redes já foram implantadas?
Atualmente, estão implantadas 39 redes ópticas, incluindo 24 redes nas capitais e 15 redes em outras regiões metropolitanas em seis estados brasileiros.