Como as tecnologias 5G e 6G podem beneficiar alunos, professores e pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa no Brasil? Segundo a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), a comunidade acadêmica, formada por estudantes cada vez mais jovens e com atividades fora do campus, demanda por mais mobilidade e uma experiência de conectividade de alto desempenho, semelhante à da fibra óptica.
Com isso em mente, a RNP apresentou sua estratégia para 5G no evento “Diálogo sobre os Desafios e Oportunidades da Transformação Digital na América Latina e no Caribe”, realizado entre os dias 14 e 18/11 em Montevidéu, no Uruguai. O evento foi organizado pela Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas (RedCLARA), com a presença de representantes das redes de ensino e pesquisa regionais e de outros países, que desejam estruturar suas redes, e ainda de reitores e autoridades convidadas.
No evento, a RNP destacou seu objetivo estratégico de prover, para a comunidade acadêmica brasileira, uma infraestrutura segura, de alto desempenho e com disponibilidade. Ao mesmo tempo, uma infraestrutura ubíqua, ou seja, acessível de qualquer lugar e a qualquer momento, não apenas dentro das instituições, mas também fora do campus, onde quer que os usuários estejam. Essa conectividade também se estenderia para suas coisas e artefatos, como por exemplo dispositivos móveis e aplicações de IoT.
Segundo o diretor de Engenharia e Operações da RNP, Eduardo Grizendi, a organização já vem expandindo sua infraestrutura óptica nacional e instalando pontos de acesso à rede Wi-Fi do serviço eduroam fora dos campi de suas instituições usuárias, além do uso de serviços de satélite e do serviço de dados móveis de operadoras de 4G.
Como exemplos do uso de serviços de dados móveis, Eduardo Grizendi citou os Programas Alunos Conectados e Internet Brasil, que atende a alunos em situação de vulnerabilidade econômica, de universidades públicas e de escolas de educação básica, respectivamente.
Para prover conectividade móvel, a RNP aposta no modelo de negócio de MVNO (Mobile Virtual Network Operator), compartilhando a infraestrutura das operadoras tradicionais, em especial, suas redes móveis de acesso.
De acordo com o gestor, a RNP está se estruturando para fazer melhor uso do 5G. “A RNP precisa do 5G para sua operação, tanto para atender a comunidade acadêmica em conectividade móvel, também para que pesquisadores possam desenvolver aplicações nas mais diversas áreas de uso intenso desta tecnologia, como a Saúde, Indústria, Agro, Cidades Inteligentes, Carros Autônomos, IoT, etc.”, afirmou Grizendi.
Um dos projetos dedicados a desenvolver o 5G no país será o OpenRAN Brasil, que estruturará uma nova arquitetura baseada em redes abertas móveis de acesso, garantindo a interoperabilidade desse ecossistema e o fomento à inovação. A iniciativa é da RNP e do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), com o apoio do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).