RNP e Ebserh debatem a evolução e os desafios da saúde digital no Brasil em seminário

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No dia 26/8, como parte da programação do Fórum RNP 2019, em Brasília, a RNP e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) promoveram o Seminário “A Evolução e os Desafios da Saúde Digital no Brasil”.

A mesa de abertura foi composta pelo vice-presidente da Ebserh, coronel Eduardo Chaves Vieira; pelo diretor-geral da RNP, Nelson Simões; pela coordenadora-geral de Expansão e Gestão da Educação em Saúde do Ministério da Educação (MEC), Lucia Iochida; o diretor do Departamento de Informática do SUS (Datasus), Jacson Venâncio de Barros; o diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), José Gustavo Sampaio Gontijo, e o representante do Ministério da Defesa, coronel médico Maurício Ribeiro Braga.

Na ocasião, o diretor da RNP destacou o papel da Rede Universitária de Telemedicina (RUTE), a parceria com a Ebserh e a necessidade de uma estratégia de experimentação em saúde. “Começamos integrando os hospitais, continuamos trabalhando com a educação continuada na RUTE e agora precisamos de uma estratégia de pesquisa aplicada e de inovação em saúde digital”, declarou Nelson Simões.

“Nosso objetivo é chegar com mais qualidade e acesso adequado a cada hospital e estabelecimento de ensino. E que a população seja atendida pelo melhor time existente no país. Hoje, com a telemedicina, isso é possível”, complementou o coordenador geral da RUTE, Luiz Ary Messina.

No final do Seminário, a RNP assinou um acordo de cooperação técnica com a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), a Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTms) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). O objetivo da parceria é impulsionar a saúde digital no Brasil através de projetos em conjunto. “Um dos pilares necessários para a saúde é a infraestrutura. Precisamos fazer um movimento único. Esse acordo é o epicentro desse momento”, declarou o presidente da SBIS, Luis Gustavo Kiatake.

Hospitais sem papel

A Ebserh conduziu a mesa sobre diagnóstico da saúde digital no Brasil. Segundo a diretora de TI da empresa, Simone Scholze, hoje o objetivo é reduzir em 50% o uso de papel nos hospitais universitários. Para isso, a palestrante citou projetos como o SEI – Sistema Eletrônico de Informações – e o AGHU – Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários. “Nosso objetivo é ter um hospital sem papel”, afirmou Scholze.

Já de acordo com o diretor do DataSUS, Jacson Barros, 77% dos hospitais hoje colocam informações clínicas somente no papel. Como iniciativa do DataSUS, ele apresentou a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), cujo objetivo principal é a criação de prontuário eletrônico. “Estratégia de saúde digital é levar informação confiável para quem precisa no momento que precisa”, declarou Jacson.

O gerente do CETIC.Br, Alexandre Barbosa, trouxe dados da Pesquisa TIC Saúde 2017, que mapeou a infraestrutura de hospitais em uma gama de 96 mil estabelecimentos de saúde. Segundo o levantamento, 12% das Unidades Básicas de Saúde não têm computador e quase 30% não têm nenhum acesso à internet.

Ciberinfraestrutura para estabelecimentos de saúde

No painel da RNP, a gerente de Engenharia de Redes, Cybelle Suemi Oda, apresentou ao público do Seminário o Sistema RNP, também composto por estabelecimentos de saúde com ensino e pesquisa, e os serviços de conectividade disponíveis a essa comunidade. Já o diretor de Serviços e Soluções, José Luiz Ribeiro Filho, apresentou a oferta de serviços em nuvem e a diretora de P&D, Iara Machado, os projetos de Pesquisa e Desenvolvimento desenvolvidos em cooperação com a RNP para a saúde, como o Rarasnet, o Multipresença, hoje em uso pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), e os projetos selecionados pelo último edital de P&D, no tema “Tecnologias aplicadas à saúde”.

Fomento à inovação em saúde

A mesa sobre fomento à inovação em saúde digital trouxe o modelo da Embrapii, organização social do MCTIC que fomenta projetos de inovação em saúde em parceria com outros segmentos da indústria, como por exemplo o SENAI CIMATEC, credenciado pela Embrapii para desenvolver pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Já o reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Cleinaldo Costa, compartilhou a experiência em inovação da instituição, nomeada como universidade inovadora com o apoio da indústria de informática. “É um estado que precisa gerar riqueza, através da educação, da pesquisa e da inovação”, afirmou Cleinaldo. A mesa ainda contou com as experiências da Samsung e da Siemens, que oferecem programas de aceleração e soluções em software em áreas como Inteligência Artificial em apoio ao profissional de saúde na tomada de decisão.

Transformação Digital na rede Ebserh

Na mesa liderada pela Ebserh, o chefe de Serviços de Sistemas Hospitalares, Rodrigo Alves, defendeu o Aplicativo de Gestão de Hospitais Universitários (AGHU), cujo objetivo é apoiar a padronização das práticas assistenciais e administrativas dos Hospitais Universitários Federais e permitir a criação de indicadores nacionais. Apenas em 2019, 25 módulos foram implantados em 18 hospitais pertencentes à rede.

Para maior adesão ao AGHU, a chefe de TI do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Adicinéia de Oliveira, apresentou o Sistema de Acesso à Gestão (SAG). A iniciativa desenvolveu dashboards para auxiliar a tomada de decisão da alta gestão em tempo real. Já o  gerente de TI do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Valter Ferreira da Silva, compartilhou a experiência da instituição no projeto AGHUse, que contribuiu para a informatização do hospital.

Implicações bioéticas e desafios regulatórios

Os cenários da regulamentação da telemedicina no Brasil foram destaque do encerramento do Seminário. O tema foi abordado por Alexandra Monteiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). “A tecnologia não pode perder seu valor frente ao atendimento humano. Ela deve somar, jamais substituir”, afirmou Alexandra, que citou obstáculos em outras áreas da saúde, como Nutrição e Enfermagem.

A mesa também foi composta pelo coordenador geral de Informação da Atenção Primária do Ministério da Saúde, Lucas Pedebos; Rafael Gomes Fernandes, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); com a moderação do assessor de planejamento do Departamento de TI da Ebserh, Vinicius de Araújo Oliveira.