Nesta quinta-feira (15/3), a Rede Nacional de Ensino Pesquisa (RNP) e Furnas assinaram um acordo de cooperação técnica para o compartilhamento de infraestrutura entre as duas instituições. A cerimônia foi realizada no auditório do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio. Participaram da mesa o presidente de Furnas, Ricardo Medeiros, o diretor-geral da RNP, Nelson Simões, e o diretor substituto do CBPF, Marcio Portes de Albuquerque.
A parceria vai permitir à RNP ampliar a capacidade da rede acadêmica nacional e conectar instituições de ensino, centros de pesquisa, hospitais e organizações culturais a uma velocidade inicial de 100 Gb/s. Ao todo, 33 cidades serão beneficiadas diretamente em nove estados brasileiros, localizados na região atendida pelo Anel Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás, Paraná e Tocantins). Para Furnas, o acordo com a RNP permitirá ampliar a oferta e a confiabilidade dos seus sistemas de telecomunicações.
Na abertura, o chefe de gabinete do Ministério da Educação (MEC), Raphael Callou, que participou remotamente de Brasília, destacou o benefício não apenas às instituições acadêmicas, mas também a hospitais e organizações culturais. Dentro do Programa Educação Conectada, de universalização do acesso de banda larga nas escolas, o MEC fará investimentos de 271 milhões de reais na rede acadêmica até o final de 2018. “Essa iniciativa demonstra bem o espírito de como as políticas públicas podem ser trabalhadas, ao garantir estrutura adequada aos estudantes no âmbito da educação básica e também às instituições de educação superior”, afirmou o chefe de gabinete do MEC.
Em sua apresentação, o diretor-geral da RNP, Nelson Simões, ressaltou que a nova infraestrutura, de altíssimo desempenho, criará diversas possibilidades para a educação e a pesquisa científica e tecnológica nacionais, como o projeto Sirius, novo acelerador de luz síncrotron do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). “Estamos transpondo uma infraestrutura nacional em parceria com o setor elétrico. Nossa visão é que ela possa evoluir para a capacidade de 100 Gb/s até 2020”, declarou.
O presidente de Furnas, Ricardo Medeiros, destacou o papel social de colocar a infraestrutura óptica da empresa a serviço da integração dos centros de pesquisa e universidades do país. “Há alguns anos, tivemos a oportunidade de ver o gigantismo dessa ideia. Nossa intenção era levar internet nas escolas públicas a baixo custo. Estamos cumprindo nosso papel social enquanto empresa e instituição”, declarou Medeiros.
A iluminação das rotas ópticas ocorrerá em duas fases até 2020. A Fase 1 contemplará a rota no eixo Rio-São Paulo-Distrito Federal, passando por Nova Iguaçu (RJ), Cachoeira Paulista (SP), Vargem Grande Paulista (SP), Guarulhos (SP), Campinas (SP), Araraquara (SP), Itumbiara (GO), Goiânia (GO), Samambaia (DF). Já a Fase 2 iluminará a rota entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, passando por Macaé (RJ), Campos (RJ), Vitória (ES), Ouro Preto (MG) e São Paulo (SP). A iniciativa beneficiará, até o final de 2018, 18 campi de instituições de ensino e pesquisa em dez cidades do Sudeste.
O acordo com Furnas dá continuidade, por meio de uma infraestrutura escalável, aos Programas Veredas Novas Estaduais e Educação Conectada, que são resultados de parceria da RNP com a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). Após a conclusão da primeira fase, prevista para o primeiro trimestre de 2018, a capacidade da rede acadêmica nacional, operada pela RNP, será elevada ao patamar de 100 Gb/s também na região Nordeste. Essa velocidade de tráfego de dados é de dez a cem vezes superior ao que é oferecido hoje às instituições de ensino e pesquisa na maioria das capitais brasileiras.
O Programa Educação Conectada foi lançado pelo MEC em 2017, em parceria com a RNP, a Chesf e com os governos estaduais. A iniciativa apoia estratégias de interiorização de redes ópticas nos estados para a educação, a fim de levar internet banda larga para escolas, centros de pesquisa, universidades, institutos federais, hospitais de ensino e centros de educação tecnológica, com início no Nordeste, podendo se expandir para todo o país. Para isso, o MEC investe na evolução tecnológica da rede acadêmica para os próximos 20 anos.