A RNP concluiu a interconexão segura de 41 unidades da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), localizadas em 23 estados e no Distrito Federal, por meio da Rede de Gestão de Hospitais Universitários (RGHU). Agora, são mais de 30 mil computadores de Hospitais Universitários Federais (HUFs) interconectados, beneficiando cerca de 120 mil usuários.
Como surgiu?
Iniciado em 2014, capitaneado pela Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI), o objetivo do projeto era fornecer aos HUFs e à Administração Central da Ebserh uma comunicação pública de internet e uma comunicação privada de intranet. A partir dessa estrutura, a ação visou a criação de uma nova arquitetura para estabelecer uma rede confiável, segura e escalável, a fim de atender os aspectos técnicos e operacionais para a infraestrutura de rede de comunicação.
“A infraestrutura de processamento, armazenamento e segurança de dados foi atualizada e reforçada na Administração Central e nas unidades hospitalares da Ebserh, com a conectividade pela infovia da RNP chegando diretamente nos HUs. A RGHU é fundamental para o trabalho em rede entre os hospitais da Ebserh”, explica Simone Scholze, Diretora de Tecnologia da Informação.
Quais os benefícios?
A RGHU implementa um serviço próprio e exclusivo de conectividade para garantir independência técnica e operacional às equipes de Tecnologia da Informação (TI) dos HUFs, permitindo-lhes administrar suas próprias redes de comunicação. Dada a complexidade de funcionamento de uma unidade hospitalar, foi necessário focar principalmente no aumento da disponibilidade e no monitoramento.
Com a implementação da RGHU foi possível realizar a integração com a Comunidade Acadêmica Federada – CAFe, viabilizando o acesso a diversos serviços como por exemplo adesão a rede internacional Educarion Roaming – Eduroam, que permite acesso à redes sem fio (Wi-Fi) para colaboradores, pesquisadores, professores e estudantes da Ebserh em cerca de 100 países.
A rede facilitou o trabalho no dia a dia, permitindo um planejamento mais eficiente com as áreas técnicas para instalar, configurar e manter equipamentos que precisam de acesso remoto. A autonomia na gestão dos acessos de conectividade é outro ponto positivo, segundo Maiklemn Teixeira Menezes, gestor do Complexo Hospitalar Universitário da Universidade Federal do Pará (CHC-UFPA).
“Quando a universidade fazia manutenção na rede, muitas vezes os hospitais não eram avisados. Só percebíamos quando a internet ficava indisponível, comprometendo atividades no hospital. Após a implementação da RGHU, notamos um diferencial na segurança e no monitoramento da rede, pelo acompanhamento do Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (Cais), que envia e-mails para a equipe local com orientações de como tratar e corrigir incidentes de segurança identificados na nossa rede”, conta Menezes.
Por meio da transformação digital e de inovação tecnológica, a ação padroniza nacionalmente a forma de trabalho em rede e o ambiente computacional nas 40 unidades de saúde, os usuários têm acesso ao Sistema de Gestão Hospitalar AGHU e ao Sistema Eletrônico de Informações (SEI).
Números da RGHU
Ganhos em eficiência, segurança e acessibilidade
No Hospital Universitário de Santa Maria da Universidade Federal de Santa Maria (HUSM-UFSM), o gestor Emerson Alexandre Mortari observou muitos ganhos. Os principais foram o monitoramento pela plataforma viaipe.rnp.br – onde é possível acompanhar parâmetros da conexão, como taxas de upload, download, latência e perda de pacotes –, o aumento da segurança na comunicação entre as unidades e o atendimento direto com a RNP, assim como a estabilidade na comunicação de relógio de pontos.
“Antes, com a VPN IPSec [rede virtual privada], tínhamos problemas relacionados a registros com frequência, mas já faz bastante tempo que não somos acionados pela Gestão de Pessoas. Atribuímos esse ganho à RGHU”, destaca Mortari.
“Qualidade de acesso, monitoramento e suporte em tempo integral” foram alguns dos benefícios percebidos por Eduardo Rodrigo da Silva Marques, gestor do Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (HUOL-UFRN), após a implementação da Rede de Gestão de Hospitais Universitários (RGHU).
Toda a fase de transição e adaptação para a rede foi eficiente e transparente, sem a necessidade de treinamentos especializados, extensos e complexos. “Apenas uma rápida passagem de conhecimento e informações já foi suficiente para a manutenção eficaz da RGHU”, pontua. Ele afirma que as atividades acadêmicas de ensino e pesquisa do HUOL-UFRN, assim como as assistenciais e administrativas, foram favorecidas pelo projeto.
“No atual momento de transformação digital na saúde, o acesso rápido, seguro e estável, é fundamental para a implementação de projetos como o BIG Data Médico, computação em nuvem, Sistemas de Informação com assinatura digital, Prontuário Eletrônico do Paciente, adoção do certificado digital em nuvem, tramitação eletrônica de processos, Hospital Paperless”, completa.
A RNP foi responsável por estruturar todo o serviço de conectividade, com grande capilaridade no Brasil. “O projeto RGHU proporcionou à Engenharia da RNP o desafio de elaborar uma arquitetura de rede confiável, segura e escalável, que atendesse de forma satisfatória os aspectos técnicos e operacionais para essa infraestrutura de rede de comunicação”, ressalta Jean Andrei, analista de Operações da RNP.
Modernização com a rede 10Gb/s no DF
Outra ação da RGHU foi a ativação da Rede 10Gb-DF em quatro pontos da rede. Entre as vantagens do projeto, estão o fornecimento de equipamentos modernos e cobertos por garantia de software e hardware; conexões de última milha a 10 Gb/s; dupla abordagem em fibra ópticas em todos os sites; uso de protocolos de roteamento dinâmicos, com alta resiliência a falhas e maior efetividade na gestão – o que gera menor tempo de indisponibilidade –; e menor ingerência nas configurações de intranet da instituição.
O que vem por aí?
A RGHU agora já está em uma nova etapa. Entre as novidades, está a implantação na Rede de uma solução de nuvem privada para backup de sistemas administrados de forma centralizada e a implementação de sensores de segurança através de adesão ao projeto sensores.lat com o objetivo de detectar e mitigar ameaças cibernéticas na rede.