Na sessão do dia 28/9, o SIG COVID19 BR, da Rede Universitária de Telemedicina (RUTE) promoveu um debate sobre os desafios da emergência pediátrica na pandemia, com apresentação da Profa. Dra. Andréa Fraga, emergencista pediátrica do Departamento de Pediatria da FCM-Unicamp, e moderação dos coordenadores do grupo Profa. Dra. Evelyn Eisenstein e Dr. Luiz Ary Messina.
Na introdução da sua palestra, a Dra. Andrea mostrou o que foi feito na emergência do hospital da Unicamp como preparação para receber as crianças durante a pandemia do novo coronavírus, como por exemplo, a instalação de tendas externas para receber e fazer a triagem dos pacientes com suspeita de covid e treinamentos com a equipe médica e staff. A estruturação foi toda baseada nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
“A gente sempre preconizou o atendimento da emergência. Começamos a ser muito mais incisivos nessa avaliação sistematizada para não passar nenhum caso de suspeita de gravidade. A gente queria identificar precocemente para já propor o isolamento, tentar diagnosticar o mais rapidamente possível, e obviamente, intervir”, contou a pediatra.
Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P)
Na sequência, a médica abordou a Síndrome Inflamatória Multissitêmica Pediátrica, que surpreendeu a área de saúde ao redor do mundo. Enquanto todos pensavam que os pacientes suspeitos de estarem infectados seriam aqueles advindos de quadros respiratórios, não foi isso que aconteceu. Começaram a aparecer casos recorrentes de crianças e adolescentes com dores abdominais, diarreia, vômito, febre, rashs cutâneos e conjuntivite, como sintomas consequentes da Covid-19.
O panorama levou à associação à doença de Kawasaki e as investigações começaram a ser feitas, chegando à descoberta da SIM, na qual existe predisposição genética, relação de causalidade com a Sars-COV-2 e, aparentemente, se trata de uma doença imunomediada, em que o vírus é o gatilho. Até agosto, 197 casos foram notificados no Brasil.
“O tratamento é multidisciplinar. Vários profissionais juntos trazendo suas expertises para conseguir tratar um paciente vítima dessa condição. Tem que estar alerta para a rápida evolução clínica e agravamento do quadro. Não é uma doença de longa duração. Os casos evoluem rápido, então cabe a nós, quando estamos assistindo esse paciente, ficarmos atentos à deterioração. Por isso, o melhor lugar para o paciente com essa síndrome é a terapia intensiva”, ressaltou a Dra, Andréa.
Assista à sessão na íntegra – Saiba mais sobre o SIG COVID19 BR