Mais uma vez, o SIG COVID19 BR, da Rede Universitária de Telemedicina (RUTE), levantou o debate sobre um assunto altamente relevante para o momento de pandemia que temos vivido. Na segunda-feira, 9/11, o encontro virtual abordou a iniciativa Covax, criada pela organização Gavi (The Vaccine Alliance), para facilitar o acesso à vacina contra o novo coronavirus ao redor do planeta. O Dr. em Relações Internacionais e gerente sênior da organização, Thiago Luchesi, diretamente de Genebra, na Suíça, apresentou os objetivos do projeto e contou com a moderação da Dra. Miriam Tendler, médica e pesquisadora titular da Fiocruz.
Na introdução, o Dr. Thiago ressaltou a importância das vacinas para a imunização das populações, principalmente das crianças, revelando um dado impressionante “A imunização é uma das intervenções que mais toca crianças no mundo. São um bilhão de doses dadas para crianças todo ano, no mundo inteiro. Mais de 30 vacinas são dadas em crianças a cada segundo no planeta”, destacou.
Na sequência, foram apresentados os parceiros da GAVI, que se trata de uma aliança global criada em 2000 com o objetivo de promover o acesso às vacinas, com foco nos países subdesenvolvidos. Entre os parceiros, estão a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Unicef. “A ideia é pegar o melhor de cada um dos parceiros e trabalhar em conjunto. Trabalhamos com os produtores das vacinas, os países, sociedade civil, doadores, agências de pesquisa e cada um deles exerce um papel”, explicou o Dr. Luchesi.
Vacina contra a Covid-19 para todos
Com relação à Covax, uma colaboração entre a Coalização para a Promoção de Inovações no Combate às Epidemias (Cepi), a Gavi e a OMS, foi criada para “evitar que houvesse uma corrida de cada país para comprar doses da indústria farmacêutica. Com isso o, fornecimento de vacina ficaria totalmente comprometido. Não adianta terminar com a doença em um só país. A ideia foi unir esforços para tentar resolver essa questão, ou pelo menos acabar com a fase aguda”.
A iniciativa funciona da seguinte maneira: são colhidas as demandas da vacina dos países e, a partir dessa demanda global, se tem cacife para negociar com as indústrias farmacêuticas o preço e como fazer a distribuição, evitando soluções polarizadas. Uma solução global.
“Os dados foram recolhidos em uma velocidade surpreendente e 184 países aderiram à iniciativa, correspondendo a 85% da população mundial. A ideia é que os países de baixa renda não precisem pagar. Isso é feito a partir de um fundo de doações. Dentro do grupo, 92 países terão as vacinas subsidiadas. O Brasil faz parte da Covax e solicitou vacinas para 10% da população. Vai financiá-las, mas pagando um preço muito mais em conta” disse o Dr. Thiago Luchesi.