O país da biodiversidade. É assim que o Brasil pode ser visto a olhos internacionais. Essa riqueza natural aliada à ciência e tecnologia – elementos que fazem parte do DNA da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) –, em forma de solução tecnológica foi um dos destaques da última edição da CONNECT Magazine, revista da GÉANT, a principal rede acadêmica da Europa. As páginas da revista dedicadas ao tema falaram sobre Sistema de Informação sobre o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) e a plataforma AdaptaBrasil MCTI*.
Acesso o texto na íntegra: RNP develops solutions for biodiversity and climatic impacts in Brazil
Ou leia na versão em Português:
No Brasil, RNP desenvolve soluções para biodiversidade e impactos climáticos
Internacionalmente, o Brasil é conhecido como o país do carnaval e do futebol, mas, na verdade, é um dos principais celeiros de biodiversidade. O território tropical de proporções continentais detém a maior variabilidade genética do mundo. Estima-se que 20% da biodiversidade global esteja localizada no país sul-americano. Cerca de 48 mil espécies de fungos e plantas e 115 mil tipos de animais conhecidos compõem a flora e fauna brasileira.
O que explica tamanha biodiversidade é a grande variação ecológica e climática com distintas características regionais. Ao todo, são seis tipos de climas e seis biomas terrestres diferentes. É possível observar, por exemplo, o contraste entre o Norte de clima equatorial chuvoso e o no Nordeste semiárido, com baixos índices pluviométricos. E, claro, as florestas são um patrimônio natural: no Brasil, está a maior floresta tropical úmida do mundo, a Floresta Amazônica; a maior planície inundável, o Pantanal; e a floresta tropical pluvial da Mata Atlântica.
Agora, considere a combinação de toda essa riqueza natural, com ciência e tecnologia. Os últimos elementos dessa equação são intrínsecos à Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que há mais de 30 anos impulsiona inovação, pesquisa e educação no Brasil. Aliar esses componentes, a fim de oferecer dados e informações que subsidiem políticas públicas, foi o que estruturou duas das muitas soluções desenvolvidas pela RNP, com fomento e coordenação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), instituição à qual a organização social é vinculada.
Uma das iniciativas em operação é o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). É a primeira infraestrutura tecnológica nacional que integra e disponibiliza informações científicas sobre a variabilidade de espécies e ecossistemas, provenientes de fontes diversas do Brasil e do exterior. O SiBBr disponibiliza informações das 165 mil espécies conhecidas, com mais de 15,6 milhões de registros de ocorrências. Na plataforma online, os dados acessados podem orientar tomadas de decisões governamentais relacionadas à sustentabilidade e promover conhecimento sobre a biodiversidade.
Além da RNP e do MCTI, o sistema foi apoiado pela ONU Meio Ambiente (UNEP), pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e baseado na Plataforma Atlas of Living Australia (ALA). Desenvolvida em código aberto, a plataforma utiliza padrões internacionais que facilitam o compartilhamento de dados e pode ser adaptada e evoluída, de acordo com as necessidades de cada país. No exterior, o SiBBr é o nó brasileiro no Global Biodiversity Information Facility (GBIF), iniciativa que congrega dados sobre biodiversidade de mais de 60 países.
Além da biodiversidade, o Brasil é rico em variedades de clima e centraliza os impactos observados e projetados das mudanças climáticas no país na plataforma AdaptaBrasil MCTI*. Ela integra informações que possibilitam o avanço das análises dos impactos observados e projetados da mudança do clima no território nacional. Também conduzida pela RNP e MCTI, esse projeto tem participação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Com a proposta, tomadores de decisões poderão se aprofundar sobre as principais variáveis e as relações de causa-efeito existentes no contexto de mudanças climáticas e propor desde já medidas de adaptação.
Ou seja, prefeitos e governadores passam a ser mais capazes de contribuir com a proteção da biodiversidade, prever crises e o aumento de desastres naturais – como estiagens, deslizamentos de terra, alagamentos ou desertificação, por exemplo –, além de desenvolver políticas públicas ambientais, econômicas e sociais mais assertivas e conscientes. Em fase final de desenvolvimento, a plataforma deve ser lançada ainda em 2020.
O Diretor Adjunto de Gestão de Soluções da RNP, Antônio Carlos Nunes, que acompanhou a gestão dos projetos, analisa que “tanto o SiBBr quanto o AdaptaBrasil MCTI* possibilitam que informações fundamentais sobre a biodiversidade e o clima, respectivamente, possam ser encontradas em pontos únicos, viabilizando que pesquisadores, gestores públicos e a sociedade como um todo, possam ter acesso à dados ricos sobre preservação e clima, com desdobramentos potenciais para a formação, análises e estruturação de políticas públicas”. Os projetos contribuem para a sustentabilidade e preservação ambiental das riquezas naturais que são patrimônio não apenas do Brasil, como do mundo.
* Após a publicação do artigo na revista CONNECT, a plataforma nomeada ImpactaClima passou a ser chamada de AdaptaBrasil MCTI