Representantes da comunidade acadêmica participaram da 18ª edição do WRNP, que ocorreu nos dias 15 e 16/5 em Belém (PA), junto ao 35º Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos (SBRC), maior evento científico de redes de computadores do Brasil. Este ano, o WRNP celebrou dois grandes marcos: os 25 anos da primeira rede de internet no Brasil e os dez anos da Rede Metropolitana de Belém (Metrobel). A capital paraense foi uma das primeiras cidades brasileiras a estar conectada à RNP em 1992, pela Universidade Federal do Pará (UFPA), e tornou-se a primeira cidade da região Norte a ter acesso à internet.
A programação do evento trouxe inovações em Redes Definidas por Software, serviços para e-Ciência, resultados dos projetos de cooperação internacional entre o Brasil e a União Europeia, novas arquiteturas de rede e Internet do Futuro, entre outros assuntos de interesse científico.
Um dos projetos apresentados foi a plataforma desenvolvida pelo Núcleo de Computação Científica (NCC) da Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Unesp), chamada Kytos. O líder do projeto, Beraldo Leal, ressaltou o caráter 100% open source e a capacidade de se comunicar com qualquer switch com suporte ao protocolo OpenFlow, independente do fabricante.
No dia 15/5, um painel histórico trouxe três especialistas que viveram grande parte da história das redes no Brasil: os professores Paulo Aguiar, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Liane Tarouco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e o diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Augusto Cesar Gadelha.
No painel comemorativo sobre redes avançadas de educação e pesquisa na Amazônia, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Pará, Alex Fiuza, apontou a região amazônica como maior patrimônio brasileiro, por sua riqueza em biodiversidade. “O futuro desse país depende muito da Amazônia e da capacidade de se explorar o conhecimento e a riqueza genética que aqui existem. Não é possível ter essas oportunidades sem conexão”, afirmou.
O pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFPA, Rômulo Angélica, destacou a posição privilegiada da instituição na região Norte, que concentra 121 cursos de pós-graduação, entre mestrado acadêmico, doutorado acadêmico e mestrado profissional; e 86 programas de pós-graduação.
Outro destaque da programação foi a palestra do diretor de Engenharia e Operações da RNP, Eduardo Grizendi, sobre o futuro da infraestrutura de rede acadêmica. Como parte da estratégia de ampliação do backbone para enlaces de 100 Gb/s, em 2016, a RNP estabeleceu um acordo de cooperação técnica com a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), assinado em novembro, para o compartilhamento de infraestrutura óptica em toda região Nordeste, tendo como suporte as linhas de transmissão de energia elétrica da companhia. Nessa parceria, a RNP investe na iluminação de infraestrutura óptica da Chesf em troca de conexões de 100 Gb/s. Isso possibilitará a nove PoPs ter essa velocidade.
O WRNP ainda trouxe 22 estandes com demonstrações dos projetos desenvolvidos pela comunidade acadêmica, selecionados pelos Programas de P&D da RNP, os projetos aprovados pela 3ª Chamada Coordenada entre Brasil e União Europeia, além de serviços avançados de conectividade, da plataforma experimental Fibre, para o uso de professores no ensino de redes de computadores no Brasil.
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