Conheça as conexões internacionais da rede acadêmica
Aumentar a capacidade de suas redes está na lista de prioridades em 2014 da Americas Lightpaths (AmLight) e da Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas (RedCLARA), estruturas de internet avançada que interligam a rede Ipê e diversas redes acadêmicas na América Latina, Estados Unidos e Europa. No caso da AmLight, a meta é ativar um enlace experimental de 100 Gb/s entre Miami e São Paulo, o primeiro circuito com essa capacidade entre o Brasil e o exterior. Já a RedClara prevê para este ano uma mudança do enlace para a Europa, que terá a sua capacidade aumentada de 2,5 para 5 Gb/s.
Principal ligação entre o Brasil e as redes acadêmicas norte-americanas, a AmLight é formada pela parceria entre RNP, ANSP (Academic Network at São Paulo), REUNA, do Chile, a Florida International University, que fica em Miami, e a National Science Foundation. Ela liga a rede Ipê às redes americanas Internet2, National LambdaRail (NLR), ESnet e CANARIE e também está conectada à RedCLARA, através de links em São Paulo, Miami e Tijuana, no México.
Já a RedCLARA reúne 13 redes acadêmicas da América Latina e as conecta com a Europa, para a colaboração de pesquisadores entre os dois continentes.O papel da RNP é fundamental na administração dos enlaces entre essas redes parceiras, através do Núcleo de Engenharia (NEG), responsável por todo o desenvolvimento da rede, desde a sua implantação até a correção de problemas de alta complexidade e implementação de novas tecnologias. “Nosso papel é apoiar essas redes para que possam prover serviços de excelência aos seus usuários, que podem ser de conectividade ou aplicações, como medições, por exemplo”, explica o coordenador do NEG da AmLight, Jeronimo Bezerra.
Como engenheiro responsável pelo NEG da AmLight, a função de Jeronimo é administrar e operar da melhor maneira possível os recursos tecnológicos envolvidos no projeto, envolver-se nas instalações e operações dos links, fazer a interface entre os times de engenharia e configurar serviços avançados.
O mesmo cabe a Marco Antonio Teixeira, coordenador do NEG da RedCLARA. “Fazendo um comparativo, podemos dizer que o NEG é a GER. Porém, no NEG, temos somente uma pessoa responsável. Já na GER temos toda uma equipe para atendimento aos usuários e desenvolvimento de projetos”, exemplifica.
A partir deste ano, Jeronimo passará a coordenar o NEG da AmLight da sede da organização, em Miami, mas, segundo ele, suas funções permanecerão as mesmas como líder de engenharia. “Na teoria, a minha saída dará mais celeridade para tocar alguns projetos que envolvem fornecedores localizados em Miami, além de ter um fácil acesso aos equipamentos que ficam lá instalados. No mais, minhas atividades serão exatamente as mesmas”, afirma.
Entenda como funciona um Núcleo de Engenharia
- O contato praticamente diário com os coordenadores das NRENs, via telefone, e-mail, Skype ou videoconferência, faz parte da rotina dos dois coordenadores dos NEGs, a fim de acompanhar o andamento de atividades, tratar os problemas de alto nível de complexidade, planejar as mudanças e discutir o futuro da rede.
- Todos os projetos de rede são elaborados pelo NEG, que aponta o melhor caminho técnico a ser seguido e as opções possíveis, avaliando riscos e custos.
- Também cabe ao NEG dimensionar, aprovar e licitar qualquer equipamento a ser comprado e montar um documento com o planejamento da mudança, para que a instalação seja executada.
- Por questões de sustentabilidade e logística, as tarefas de operação física e local são mantidas pelos participantes que hospedam os equipamentos. Por exemplo, em Miami, a responsabilidade é da AmLight. Em São Paulo, é a vez da ANSP e da RNP.
- Quando existe uma janela, é o coordenador do NEG que organiza os times locais e trabalha na execução das configurações que envolvem os equipamentos. Todos os envolvidos recebem um documento com todas as informações da mudança, para acompanhar cada passo que está sendo executado e por quem.