Rede Universitária de Telemedicina terá 100 núcleos inaugurados até o final de 2014

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- 27/06/2014

Quando foi implantada, em 2006, a Rede Universitária de Telemedicina (Rute) abrangia 19 instituições pelo Brasil. A iniciativa, que integra e conecta hospitais públicos universitários e de ensino, dava seus primeiros passos, com a criação de núcleos de telemedicina e telessaúde em prol do desenvolvimento da educação e da pesquisa em saúde no país. Hoje, a Rute abrange mais de 150 hospitais universitários e de ensino e é formada por 93 núcleos em plena operação em todos os estados do Brasil. Até o final de 2014, serão inaugurados outros sete, alcançando o total de 100 núcleos em funcionamento por todo o país.   

Lançada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com apoio da FINEP e coordenação da RNP, a iniciativa já é considerada uma das maiores do mundo e, em 2012, recebeu a qualificação de melhor prática em telemedicina na América Latina e Caribe pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL). 

Em 2013, a Rute também se destacou no cenário internacional por uma ação inédita no Brasil: a primeira transmissão de quatro cirurgias em 4k (resolução quatro vezes superior à full HD), em tempo real e de forma simultânea, diretamente do Brasil para os Estados Unidos, a partir de quatro núcleos Rute, nos hospitais universitários de Porto Alegre (HCPA/UFRGS), do Espírito Santo (HUCAM/UFES) e do Rio Grande do Norte (HUOL/UFRN), e na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP).  Estudantes, pesquisadores e profissionais de saúde não só assistiram às cirurgias detalhadamente, uma vez que o coração passou a ter o tamanho de um ser humano na tela, como discutiram com os especialistas em tempo real.

Desde então, a Rute tem servido de exemplo de inovação em colaboração científica em rede; implantação de núcleos de telemedicina e telessaúde; assistência remota; educação continuada; prática e produção científica nessa área; e integração entre profissionais de saúde e acadêmicos em todas as regiões do país.

“Com o reconhecimento das ações da Rute no exterior, quem também ganha visibilidade é a RNP, pelo trabalho realizado na coordenação da iniciativa em todo o país. Hoje a Rute dispõe da infraestrutura de alta capacidade do backbone nacional da organização - a rede Ipê -, e das Redes Comunitárias Metropolitanas de Educação e Pesquisa (Redecomep). Além disso, os núcleos de telemedicina são dotados de equipamentos de ponta para comunicação em tempo real”, ressalta o Coordenador Nacional da Rute, Luiz Ary Messina.

A magnitude do projeto faz também com que as entregas da Rute, na DAGSol, envolvam diversas áreas da RNP.  Hoje a Rute é atendida pelas diretorias DAGSer (na área de serviços), DEO (na parte técnica), DPD (com ferramentas de pesquisa e desenvolvimento para a melhoria das transmissões e plataformas), DSS (com a Escola Superior de Redes, na área de capacitação) e DGe (com a GADM, referente a Compras e Contratos, GSC, no acompanhamento do Portal da Rute e GCC, com ações de comunicação), entre outras. “Desta forma, a RNP atua de forma transversal para a comunidade de saúde”, ressaltou Messina.  

Entre outros objetivos, a Rute não só integra e planeja conectar todos os hospitais públicos universitários e de ensino, como apoia a realização de videoconferências e webconferências, análise de diagnósticos, segunda opinião formativa, e educação permanente, entre hospitais universitários e universidades, através da RNP. Também permite a integração dos núcleos com secretarias estaduais e municipais de saúde, unidades básicas de saúde e hospitais do interior.

A rede também estimula a integração e a colaboração entre profissionais de saúde por meio de Grupos de Interesse Especial (do inglês, Special Interest Group – SIGs). Hoje são mais de 60 SIGs que promovem debates, discussões de casos clínicos, aulas e diagnósticos a distância, em várias especialidades e subespecialidades médicas, tais como Cardiologia, Oftalmologia e Dermatologia.  A cada ano, são realizadas cerca de 600 sessões de vídeo e webconferências, em média duas a três sessões científicas diárias com a participação de 300 instituições, inclusive algumas da América Latina.

A Rute também está integrada ao Programa Telessaúde Brasil Redes, uma iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com a RNP, que busca melhorar a qualidade do atendimento e da atenção básica no Sistema Único da Saúde (SUS), integrando ensino e serviço por meio de ferramentas de tecnologias da informação para promover a Teleassistência, a Tele-educação, a pesquisa colaborativa, gestão e avaliação.

Impactos da Rede Universitária de Telemedicina

Em 2013, foi lançado o livro “Impactos da Rede Universitária de Telemedicina: Ações de educação contínua, pesquisa colaborativa, assistência, gestão e avaliação remota – Fase I – 2006/2009”. Além do formato e-PUB para tablets, smartphones e e-readers, a publicação está disponível no site da Rute (www.rute.rnp.br). O download do conteúdo pode ser feito de forma gratuita. O livro reúne relatos de experiências e avanços realizados pelos primeiros 19 hospitais universitários e de ensino na implantação de seus núcleos; nas inovações em procedimentos e processos; nas dificuldades técnicas, organizacionais e gerenciais; e na criação de uma rede científica, que permite a integração dos núcleos e de suas aplicações, conhecimentos e práticas entre as instituições participantes. Com 35 capítulos e 140 autores, o livro está dividido em Parte I: A Implantação de conexão e núcleos nos hospitais universitários e de ensino, Parte II: o Desenvolvimento de Grupos de Interesse Especial, e Parte III: Perspectivas. Também há um capítulo à parte sobre a expansão da Rute às redes colaborativas internacionais.  

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