Rute inaugura outro núcleo em Fortaleza e alcança os 92 núcleos em operação no Brasil

- 01/04/2014

No dia 26/3, foi inaugurado mais um núcleo da Rede Universitária de Telemedicina (Rute), projeto coordenado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e integrado ao programa Telessaúde Brasil Redes. O beneficiado foi o Hospital de Messejana (HMS), em Fortaleza, no Ceará. A cerimônia de inauguração contou com a presença do diretor-geral do Hospital de Messejana, Ernani Ximenes, e do coordenador nacional da Rute, Luiz Ary Messina, que participou por videoconferência, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Com a inauguração, a Rute passa a ter 92 núcleos inaugurados e em plena operação, localizados em hospitais universitários e de ensino, em todos os estados do Brasil. Em 2006, quando foi implantada, a Rute abrangia apenas 19 instituições pelo país. A iniciativa, que integra e conecta hospitais públicos universitários e de ensino, dava seus primeiros passos, com a criação de núcleos de telemedicina e telessaúde, em prol do desenvolvimento da educação e da pesquisa em saúde no país. Hoje, está presente em mais de 150 hospitais universitários e de ensino e, até o final de 2014, serão implantados outros 17 núcleos, alcançando o total de 108 núcleos de telemedicina em funcionamento.  

Lançada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e coordenação da RNP, a iniciativa já é considerada uma das maiores do mundo e, em 2012, recebeu a qualificação de melhor prática em telemedicina na América Latina e Caribe, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL).

Em 2013, a Rute também se destacou no cenário internacional por uma ação inédita no Brasil: a primeira transmissão de quatro cirurgias em 4K (resolução quatro vezes superior à full HD), em tempo real e de forma simultânea, diretamente do Brasil para os Estados Unidos, a partir de quatro núcleos, nos hospitais universitários de Porto Alegre (HCPA/UFRGS), do Espírito Santo (HUCAM/UFES) e do Rio Grande do Norte (HUOL/UFRN), e na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP).  Estudantes, pesquisadores e profissionais de saúde não só assistiram às cirurgias detalhadamente, uma vez que o coração passou a ter o tamanho de um ser humano na tela, como discutiram com os especialistas em tempo real. Para 2014, já estão sendo planejadas duas novas transmissões de cirurgias em eventos de larga escala.

“Com o reconhecimento das ações da Rute no exterior, quem também ganha visibilidade é a RNP, pelo trabalho realizado na coordenação da iniciativa em todo o país. Hoje, a Rute dispõe da infraestrutura de alta capacidade do backbone nacional da organização - a rede Ipê -, e das Redes Comunitárias Metropolitanas de Educação e Pesquisa (Redecomep). Além disso, os núcleos de telemedicina são dotados de equipamentos de ponta para comunicação em tempo real”, ressalta o coordenador nacional da Rute, Luiz Ary Messina.

A magnitude do projeto faz também com que as entregas da Rute envolvam diversas áreas da RNP, além da DAGSol.  O projeto é atendido pela DAGSer, na área de serviços; DEO, na parte técnica; DPD, com ferramentas de pesquisa e desenvolvimento para a melhoria das transmissões e plataformas; DSS, com as capacitações da ESR; e DGe, com a GADM, mais especificamente os setores de Compras e Contratos, a GSC, no acompanhamento do Portal da Rute, e a GCC, com ações de comunicação. “Dessa forma, a RNP atua de forma transversal para a comunidade de saúde”, ressaltou Messina.
 

A Rute


Entre outros objetivos, a Rute não só integra e planeja conectar todos os hospitais públicos universitários e de ensino, como apoia a realização de vídeo e webconferências, análise de diagnósticos, segunda opinião formativa e educação permanente, entre hospitais universitários e universidades, através da RNP. Também permite a integração dos núcleos com secretarias estaduais e municipais de saúde, unidades básicas de saúde e hospitais do interior.

Além disso, a rede estimula a integração e a colaboração entre profissionais de saúde por meio de Grupos de Interesse Especial (do inglês, Special Interest Group – SIGs). Atualmente, existem 57 SIGs que promovem debates, discussões de casos clínicos, aulas e diagnósticos a distância, em várias especialidades e subespecialidades médicas, tais como Cardiologia, Oftalmologia e Dermatologia. Em 2013, por exemplo, foram criados SIGs de Cirurgia Pediátrica, Hanseníase, Medicina Esportiva, Terapia Ocupacional e Reumatologia Pediátrica, entre outros.  Alguns grupos são, inclusive, coordenados pelos Ministérios da Educação (MEC), Saúde (MS) e Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). A cada ano, são realizadas cerca de 600 sessões de vídeo e webconferências, em média duas a três sessões científicas diárias com a participação de 300 instituições, inclusive algumas da América Latina.

A Rute também está integrada ao Programa Telessaúde Brasil Redes, uma iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com a RNP, que busca melhorar a qualidade do atendimento e da atenção básica no Sistema Único da Saúde (SUS), integrando ensino e serviço, por meio de ferramentas de tecnologias da informação, a fim de promover a Teleassistência, a Teleducação, a pesquisa colaborativa, gestão e avaliação.