“Só existe governança porque existe desconfiança. Uma ferramenta para que se diminua os limites da desconfiança é a transparência”, afirmou o superintendente de TI na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Pedro Jácome de Moura Jr, durante a sessão sobre práticas de governança e gestão de serviços de TI nas universidades federais, no primeiro dia do III Fórum RNP. Ele e o diretor do Centro de Computação Eletrônica (CCE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Édson Flávio de Souza, foram os convidados a discutir os principais desafios da área nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes).

Segundo Pedro, foi criado um Comitê Gestor de TI na UFPB, de caráter deliberativo e estratégico, que mudou o status da área dentro da instituição de órgão suplementar a órgão auxiliar. “Não é fácil obter alinhamento estratégico sem suporte da Administração Central. Com o passar dos anos, a TI sempre foi vista como operacional. A questão é como começar a ser visto como estratégico”, afirmou.

Já Édson Flávio de Souza, da UFPR, enumerou as mudanças que foram implementadas na universidade. “Criamos um processo de desenvolvimento de software e uma carta de serviços do Centro de Computação Eletrônica (CCE), com acordos de níveis de serviços (SLAs) internos, definidos claramente em contratos. Isso trouxe mais segurança tanto para os analistas como para os gestores. Também estabelecemos índices de satisfação, para saber como os clientes estão recebendo os serviços”, disse Edson, ressaltando a importância do Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI). “Ele é a forma de alinhar a visão de TI com os objetivos maiores da universidade”, afirmou.

Segundo a diretora do Centro de Processamento de Dados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenadora da sessão, Jussara Musse, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Colégio de Gestores de TI em 2014, de todas as IFES, apenas 26 instituições tinham PDTI e 11 possuíam política de segurança da informação.