Projeto eCiber promete mais velocidade e segurança na transferência de grande volume de dados acadêmicos
Iniciado em abril de 2022, o projeto eCiber prevê a construção de uma rede de alto desempenho com serviços e políticas de segurança diferenciadas e sob medida para aplicações científicas. A iniciativa tornou-se viável a partir da renovação do backbone da RNP, que agora tem a possibilidade de implantação de múltiplos canais de 100Gbps. Dessa forma, o projeto vai poder oferecer conectividade com garantia de largura de banda e melhor experiência do usuário.
Outro motivador do projeto é a crescente interdependência entre redes acadêmicas (NRENs) e grandes centros de pesquisa que atuam com e-Ciência e computação de alto desempenho (HPC). “Acreditamos que essa nova estrutura poderá beneficiar, especialmente, os grandes centros brasileiros de pesquisa que atuam com ‘big science’, ou seja, possuem requisitos avançados de processamento, análise, transmissão e armazenamento de grandes volumes de dados. Esses centros precisam ser atendidos com políticas e serviços diferenciados, diferentemente dos que atualmente são oferecidos para as instituições que atuam na cauda longa da ciência”, diz Marcos Schwarz, que apresentou o projeto no evento 3rd Global Research Platform Workshop (GRP), realizado em outubro deste ano, em Salt Lake City (EUA).
Adicionalmente, além da oferta de soluções de conectividade (com conexões de 100Gbps ou até 400Gbps), o projeto pretende trabalhar na descoberta e na estruturação de novos serviços que acelerem e facilitem o processo da pesquisa. “Queremos também entregar mais valor para a segurança cibernética das instituições”, afirma o gerente de P&DI da RNP.
Há experiências exitosas no mundo (em regiões como Europa, EUA e Coréia do Sul) de um estreitamento de relações entre infraestruturas de pesquisa, incluindo centros de supercomputação e redes acadêmicas. , envolvendo desde a realização de ações de capacitação e suporte em conjunto até a participação de centros de HPC na estrutura de governança de NRENs e planejamentos integrado de investimentos.
“Essa atuação integrada entre infraestruturas de pesquisa e redes acadêmicas foi potencializada pelo avanço das velocidades de conexão, criando o conceito de ‘Superfacility’. Com o projeto eCiber queremos incentivar e experimentar esse modelo no Brasil”, comenta Leandro Ciuffo, diretor adjunto para e-Ciência e Ciberinfraestrutura Avançada, que também apresentou o projeto nos EUA, no evento ‘Internet2 Technology Exchange meeting’, realizado em 8 de dezembro. A criação de uma rede de colaboração e compartilhamento entre as organizações participantes do eCiber, de forma a garantir maior prontidão e previsibilidade no uso de recursos computacionais com alto desempenho é apontada como um dos principais benefícios do projeto.
O projeto eCiber está organizado em camadas, que vão desde a atualização da infraestrutura de rede (backbone, última milha e rede de campus) até ações de descoberta de novos serviços para a otimização de workflows científicos. O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e o SENAI-CIMATEC serão as primeiras instituições a terem a infraestrutura de rede atualizadas. Enquanto isso, a Embrapa e o Serviço Geológico do Brasil da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (SGB-CPRM) são as primeiras instituições a participarem das ações de descoberta de serviços.