Projeto propõe mais segurança e confiabilidade na computação em nuvem
Com o objetivo de criar e colocar em prática uma plataforma que permita desenvolver e implantar aplicações confiáveis e seguras em ambientes de computação na nuvem, o projeto Atmosphere – Ecossistema Adaptável, Confiável, Gerenciável, Orquestrado, Seguro, Garantidor de privacidade e Híbrido para Computação em Nuvem Resiliente – trará avanços sensíveis para diversas áreas, entre elas, a telemedicina. O setor, que necessita, prioritariamente, de um ambiente seguro para manter sua rede e serviço de dados, será incluído na execução da iniciativa desde a fase de testes.
“Um dos aspectos inovadores da proposta é a definição de métricas adequadas para medir, em tempo de execução, os níveis de segurança e confiabilidade aos quais as aplicações estão sujeitas, habilitando a tomada de medidas apropriadas para que elas estejam sempre operando em níveis satisfatórios de segurança e confiabilidade. De fato, a aplicação que servirá como estudo de caso para validar a plataforma a ser desenvolvida envolve o processamento de imagens médicas”, conta o professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e um dos coordenadores do projeto Francisco Brasileiro.
O projeto foi um dos seis selecionados na 4ª Chamada Coordenada Brasil-União Europeia em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Ele terá duração de 24 meses e contará com um apoio no valor de R$ 4 milhões, será executado por um consórcio de instituições brasileiras e europeias, com participação da academia e da indústria. Do lado brasileiro, fazem parte aa Universidades Federal de Campina Grande (UFCG), Federal de Minas Gerais (UFMG), Federal do Amazonas (Ufam), de Brasília (UnB) e Estadual de Campinas (Unicamp), como parceiros acadêmicos, além dos parceiros da indústria, representados pela Dell-MC e pela Kunumi. Do lado europeu, os pares acadêmicos são a Universidade Politécnica de Valência (UPV), na Espanha, a Universidade de Coimbra (UC), em Portugal, a Universidade Politécnica de Milão (POLIMI), na Itália, a Universidade Técnica de Dresden (TUD), na Alemanha, e a Universidade de Pireu (UP), na Grécia. Complementam o consórcio os parceiros da indústria no lado europeu: a inglesa Trust-IT, a israelense EMC e a espanhola Quibim.
“As expertises das instituições podem ser divididas em três grandes grupos: aspectos técnicos e implementação da plataforma; aspectos técnicos ligados à aplicação piloto, que será usada para avaliar a plataforma; e aspectos ligados à disseminação dos resultados e à transferência de tecnologia para o setor produtivo. Quase todos os parceiros estarão envolvidos nesses três aspectos, mas destaca-se o papel dos parceiros acadêmicos no primeiro grupo e os parceiros industriais no terceiro”, explica Francisco Brasileiro.
As decisões relacionadas à iniciativa são tomadas por dois conselhos, sendo um focado nos aspectos da gestão e, decidindo sobre tarefas administrativas e financeiras, e outro focado nos aspectos executivos, tendo um caráter mais técnico. Os conselhos contam com representantes de cada um dos parceiros e se reúnem pelo menos uma vez por mês. Cada conselho é presidido por um dos coordenadores, que se alternam na presidência dos mesmos a cada seis meses.
Uma das principais vantagens para o desenvolvimento da proposta é a experiência que muitos dos parceiros participantes do consórcio possuem por já terem trabalhado em conjunto em projetos anteriores. Alguns dos desenvolvimentos realizados anteriormente serão aproveitados e estendidos no Atmosphere, reduzindo consideravelmente os riscos associados à execução do projeto, que atualmente se encontra em fase de contratação. A expectativa é que ele comece a ser executado em janeiro de 2018.
Série: projetos selecionados pela 4ª Chamada Coordenada BR-UE em TIC
Esta é a penúltima matéria da série de reportagens em que estamos apresentando com detalhes os seis projetos selecionados pela 4ª Chamada Coordenada BR-UE em TIC. No Brasil, a chamada é realizada pela RNP, por meio do seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Digitais para Informação e Comunicação (CTIC), sob supervisão da Secretaria de Políticas de Informática (Sepin) do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Na próxima semana, você conhecerá o último projeto da série: Necos – Novel Enablers for Cloud Slicing.