"Vamos formar milhares de alunos desde o nível médio", diz Nelson Simões no lançamento do Hackers do Bem
Em seu primeiro dia, o 24º WRNP foi palco do lançamento do programa Hackers do Bem, iniciativa que tem por objetivo capacitar gratuitamente jovens para atuar na área de cibersegurança e privacidade. O programa é uma parceria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) com a RNP, o Senai e a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex).
A cerimônia de lançamento foi realizada no palco principal do evento. Participaram o diretor-geral da RNP, Nelson Simões, o secretário substituto de Tecnologias Aplicadas do MCTI, Henrique de Oliveira Miguel, a coordenadora de Qualidade da Softex, Ana Oliveira, e o diretor-geral do Senai-SP, Ricardo Figueiredo Terra.
“Esta é uma iniciativa fundamental. Há muitos anos trabalhamos em segurança. E nós sabemos que estamos muito aquém do que podemos e precisamos criar no Brasil para construir uma cultura de segurança. Foi com enorme prazer que começamos, ainda no passado, a discutir essa visão de longo prazo de ter um programa de formação de competência nessa área”, explicou Simões.
A expectativa é de que o Hackers do Bem ajude a reduzir o déficit de profissionais de qualidade na área de cibersegurança. A RNP estima que há mais de 300 mil vagas que não são preenchidas por falta de mão de obra.
Em seu discurso, Henrique de Oliveira Miguel reforçou a gravidade da situação com a deficiência de recursos humanos no setor de TICs. Ele também convidou todos os interessados a contribuir com o programa. “É um projeto-piloto. O Hackers do Bem admite todo tipo de participante interessado. Toda a experiência que venha agregar, que venha trazer mais qualidade, mais capacitação, mais enfrentamento com tecnologia agregada realmente será muito bem-vinda”, destacou.
No total, a capacitação é dividida em cinco módulos: nivelamento, básico, fundamental, especializado e residência tecnológica. Em sua primeira fase, a RNP pretende recrutar pelo menos 30 mil alunos.
“Queremos construir, nos próximos três anos, uma capacidade em larga escala, formando milhares de alunos desde o nível médio. É um programa ambicioso. Ele está baseado não só na qualificação, mas também na experimentação. Temos agora esse desafio e todo um caminho pela frente para a formação desses recursos humanos”, ressaltou o diretor-geral da RNP.
Os cursos oferecidos terão coordenação acadêmica da Escola Superior de Redes (ESR), unidade de ensino da RNP, e do Senai-SP. Renato Terra agradeceu em nome do Senai por fazer parte da iniciativa e disse ter ficado feliz com o lançamento do Hackers do Bem. "Esse é um programa audacioso. Fico muito feliz em saber que um programa dessa magnitude está sendo instalado no país e tenho a certeza que do lado do Senai vocês terão o nosso maior empenho", declarou.
Já a Softex ficará responsável pela coordenação do programa. “Esse tema nunca vai perder a relevância, muito pelo contrário. Quanto mais o tempo passa, mais os desafios vão surgindo nessa área”, afirmou Ana Oliveira.
Os recursos para o programa vêm da Lei de TICs, por meio do Programa Prioritário Nacional de Inovação (PPI). A lei permite gerar créditos financeiros a partir do investimento de empresas do setor em pesquisa, desenvolvimento e inovação. No total, serão destinados R$ 30 milhões à iniciativa.
O foco do Hackers do Bem são estudantes dos ensinos técnico, médio, superior, e profissionais que procuram especialização ou mudar de carreira. O programa também visa criar um hub nacional de cibersegurança, uma rede destinada a gerar valor para quem participa da iniciativa e para o ecossistema de segurança como um todo.